Senadores querem ouvir Rubem Novaes sobre sua renúncia à presidência do BB

Novaes disse em entrevista que deixou o banco por não ter se adaptado “à cultura de privilégios"

30/07/2020 11:56 Atualizado: 30/07/2020 11:56

Por Diário do Poder

Senadores querem ouvir o ex-presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, sobre a motivação de sua demissão. Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentaram requerimentos nesse sentido, que ainda serão lidos no Plenário.

À frente do BB desde o início do governo Bolsonaro, Novaes renunciou na sexta-feira (24). No dia seguinte à saída, ele disse em entrevista que decidiu deixar o banco por não ter se adaptado “à cultura de privilégios, compadrio e corrupção de Brasília”.

“Pela dimensão do Banco do Brasil, uma das maiores instituições financeiras da América do Sul, temos a obrigação de ouvir o senhor Rubem Novaes para que ele detalhe o que viu de privilégios, compadrio e corrupção nos 18 meses em que esteve na presidência do banco oficial”, justifica Kajuru no requerimento.

Já Randolfe afirma que Novaes disse no pedido de renúncia que o BB precisa se renovar para “enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”. Para o senador, é preciso que o ex-presidente esclareça o que o levou a se afastar de uma das maiores instituições financeiras do país.

“Trata-se de uma colocação que traz enorme preocupação, pois pode indicar que grupos criminosos estão interessados em avançar sobre o gigantesco patrimônio do Banco do Brasil, assim como pode evidenciar que o senhor Rubem Novaes tomou conhecimento de tentativas de práticas de corrupção durante sua gestão”, explicou.

Polêmicas

De acordo com outros senadores que também se manifestaram nas redes sociais, o Banco do Brasil esteve no centro de algumas polêmicas nos últimos meses. Uma delas foi a venda, por R$ 371 milhões, de uma carteira de crédito que tem R$ 2,9 bilhões em dívidas vencidas.

Outro fato citado como de desgaste para o banco foi a investigação do Tribunal de Constas da União (TCU) sobre gastos da instituição com publicidade em sites que divulgam notícias falsas. O TCU determinou a suspensão dos contratos de publicidade relacionados em sites, blogs, portais e redes sociais que propagam fake news.