Senado aprova três novos diretores do Banco Central indicados por Lula

Por Redação Epoch Times Brasil
11/12/2024 09:01 Atualizado: 11/12/2024 09:01

O Senado Federal aprovou na terça-feira (10) os três novos diretores do Banco Central (BC) indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com isso, a composição do colegiado da instituição sofrerá mudanças relevantes, garantindo maioria aos indicados do atual governo.

Os novos diretores, Nilton David, Izabela Correa e Gilneu Vivan, foram aprovados após passarem pela sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e votação no plenário.

Eles assumirão seus cargos em janeiro de 2025. Nilton David substituirá Gabriel Galípolo na Diretoria de Política Monetária. Izabela Correa ocupará a Diretoria de Relacionamento Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta. Gilneu Vivan será o novo responsável pela Diretoria de Regulação.

A votação no plenário confirmou o apoio à indicação dos três nomes. Nilton David, atualmente chefe de operações de Tesouraria do Banco Bradesco, foi aprovado por 50 votos favoráveis, três contrários e uma abstenção.

Izabela Correa, analista do Banco Central e atual secretária de Integridade Pública na Controladoria-Geral da União (CGU), recebeu 48 votos favoráveis e três contrários.

Já Gilneu Vivan, também analista do Banco Central e chefe do Departamento de Regulação, foi aprovado com 53 votos favoráveis e três contrários.

Mudanças na composição do BC

Atualmente, a cúpula do Banco Central é formada por cinco diretores indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e quatro por Lula.

No entanto, a saída de três membros indicados por Bolsonaro no próximo ano consolidará a maioria dos indicados pelo atual governo. Deixam seus cargos o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, Carolina de Assis Barros e Otávio Ribeiro Damaso.

Com as alterações, a partir de 2025, o BC contará com Gabriel Galípolo como presidente. Além disso, os diretores Nilton David, Izabela Correa, Gilneu Vivan, Ailton de Aquino Santos (Fiscalização), Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) e Rodrigo Alves Teixeira (Administração) formarão a nova composição.

Os dois diretores que permanecerão do governo Bolsonaro são Diogo Abry Guillen (Política Econômica) e Renato Dias de Brito Gomes (Organização do Sistema Financeiro e de Resolução).

Impacto nas políticas do Banco Central

As mudanças na composição do BC ocorrem em um momento de intenso debate sobre sua autonomia e políticas monetárias, com destaque para a taxa básica de juros.

Com a maioria do colegiado sendo indicada pelo presidente Lula, analistas apontam para uma possível reorientação das diretrizes da instituição. O objetivo seria alinhar as políticas às prioridades econômicas do governo, como a redução do custo do crédito e o estímulo ao crescimento econômico.

A substituição de Gabriel Galípolo por Nilton David na Diretoria de Política Monetária também chama a atenção, dado o histórico profissional de ambos.

Enquanto Galípolo transitará para a presidência do BC, David traz experiência no setor bancário privado e em operações financeiras internacionais.

A nova configuração da cúpula reforça a influência do governo federal nas decisões estratégicas do Banco Central.

A expectativa é de impacto nas políticas de longo prazo, como a administração da taxa Selic e o cumprimento das metas de inflação.