O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja pela América do Sul, participando da 64ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul em Assunção, Paraguai, na segunda-feira (8) e seguindo para a Bolívia na segunda-feira (9), onde se reunirá com o presidente Luis Arce.
Na cúpula do Mercosul, haverá cerimônia para o fim da presidência do Paraguai no bloco e inauguração da presidência do Uruguai. Durante o encontro, será oficializada também a entrada da Bolívia no bloco econômico, já anunciada anteriormente.
Integração econômica; cooperação em infraestrutura, energia e outras áreas; e maior coordenação política entre os países membros, entre outros itens, foram noticiados como parte da pauta para o encontro.
Na Bolívia, após encontro com Arce, é prevista a assinatura de atos, declarações à imprensa e encontro com empresários.
A Secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Padovan, avaliou que a viagem é parte de um esforço para melhorar as relações bilaterais com países latinoamericnaos.
Tensão internacional
Além de Lula, participam da cúpula do Mercosul os presidentes paraguaio, Santiago Peña, e uruguaio, Luis Lacalle Pou. A Argentina é representada pela ministra das Relações Exteriores do país, Diana Mondino.
A reunião do Mercosul seria a primeira oportunidade para um encontro entre Lula e Javier Milei desde que o novo presidente argentino assumiu o cargo, em 10 de dezembro de 2023 — mas Milei, que trocou farpas com Lula dias antes, não participa da cúpula.
O argentino esteve em Santa Catarina no final de semana para palestra na 5a edição brasileira da Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC), onde encontrou o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A CPAC Brasil, versão local de conferência realizada anualmente nos EUA desde 1974, foi organizada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Lideranças direitistas brasileiras e internacionais discursaram (leia mais).
A presença de Milei no Brasil com comunicado ao Itamaraty na véspera e sem reunião com Lula ou oficiais do governo federal foi noticiada como motivo de mal-estar nas relações bilaterais.
Na Bolívia, uma suposta tentativa de golpe de Estado no dia 26 de junho gerou desavenças entre o presidente do país, Arce, e o líder histórico de seu partido, o Movimiento Al Socialismo (MAS), o ex-presidente Evo Morales — ambos próximos a Lula.
O incidente controverso terminou com mais de 17 presos. Entre eles, o líder da ação, o general Juan José Zúñiga. Zúñiga afirma que a suposta tentativa de golpe foi combinada com o próprio Luis Arce, o que Morales também cogitou publicamente.