Por Agência EFE
As autoridades sanitárias dos estados de Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro informaram, na terça-feira, que estão investigando novos casos suspeitos de flurona, nome dado à infecção simultânea pela gripe e pela COVID-19, após a confirmação dos seis primeiros casos no Brasil.
O secretário municipal da Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, confirmou que há 17 casos suspeitos sob investigação na cidade brasileira, mas que até o momento nenhum dos pacientes apresentou situação grave.
A Secretaria da Saúde de Santa Catarina informou que aguarda os resultados laboratoriais para confirmar se dez pacientes contraíram os dois vírus simultaneamente naquela região do sul do Brasil, enquanto a de Minas Gerais admitiu que está investigando um caso registrado na cidade de Juiz de Fora.
Até o momento, foram confirmados seis casos da infecção simultânea no Brasil, o primeiro na América Latina, três deles no estado do Ceará (dois bebês e um homem), outros dois no Rio de Janeiro (dois adolescentes) e um em São Paulo.
Apesar do interesse gerado por essa situação, que deu origem ao neologismo, as autoridades regionais brasileiras reconhecem que não é algo novo e que em outros países, como os Estados Unidos, houve casos de pacientes com dupla infecção em 2020.
Igualmente, as autoridades de São Paulo, o estado mais populoso do Brasil e mais afetado pela pandemia da COVID-19, admitiram terem outros registros de infecções conjuntas, mas não mantêm estatísticas sobre eles.
Os especialistas admitem que os casos podem ser numerosos, mas difíceis de serem contados porque é necessária a confirmação laboratorial das duas infecções e muitas vezes os pacientes não são submetidos a testes laboratoriais ou são testados apenas para um dos vírus, geralmente o que causa a COVID.
Mas os registros devem se multiplicar nos próximos dias porque alguns estados do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo, enfrentam, além da pandemia, graves surtos de gripe, o que indica que os dois vírus estão circulando simultânea e amplamente.
Os casos de flurona voltaram a chamar atenção no sábado passado, após Israel anunciar o registro de seu primeiro caso de fabricação em uma mulher grávida que não havia sido vacinada contra nenhum dos dois vírus. Desde então, também foram registrados casos na Espanha e na Hungria.
Para as autoridades sanitárias, os casos de dupla infecção são esporádicos, mas até agora não evoluíram para situações graves.
“É importante destacar que não existem estudos científicos publicados que confirmem as implicações clínicas ou imunológicas de uma infecção conjunta; acompanharemos qualquer caso que for notificado”, afirmou a Secretaria da Saúde do Rio de Janeiro em nota.
O Brasil é um dos países mais atingidos pela pandemia da COVID-19, o segundo em número de mortes pela COVID, a trás dos Estados Unidos, com cerca de 619.000 casos, e o terceiro em infecções, após os Estados Unidos e a Índia, com cerca de 22,3 milhões de casos.
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