Seca leva 135 municípios de Minas Gerais a decretarem situação de emergência

Problemas relacionados à seca atual seguem a tendência registrada desde 1985 de declínio no volume das águas.

Por Redação Epoch Times Brasil
05/08/2024 15:55 Atualizado: 05/08/2024 15:55

Minas Gerais enfrenta uma crise severa de seca, com 135 municípios em estado de emergência, conforme um boletim da Defesa Civil estadual divulgado na segunda-feira (5). As áreas mais afetadas são as regiões Norte, Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri.

A situação de emergência foi inicialmente decretada em maio deste ano, com validade de 180 dias, estendendo-se até novembro. O número de municípios afetados atingiu níveis críticos dois meses antes do registrado em 2023, destacando a crescente gravidade da situação.

Em julho, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, através da Defesa Civil Nacional, reconheceu a emergência em 38 municípios mineiros, possibilitando a solicitação de recursos federais. Esses recursos visam a compra de cestas básicas, água mineral, refeições para trabalhadores e voluntários, além de kits de limpeza e higiene pessoal.

A Defesa Civil de Minas Gerais não registrou ocorrências significativas nas últimas 24 horas, mas a previsão meteorológica para o estado inclui a possibilidade de chuva isolada em algumas regiões. As temperaturas permanecem estáveis, com máximas de 33°C e mínimas de 6°C.

A seca em Minas Gerais reflete um problema nacional. A Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) declarou situação crítica de escassez hídrica nos rios Madeira e Purus (1, 2), afetando os estados do Amazonas, Rondônia e Acre, até 30 de novembro. A falta de chuvas reduziu os níveis dos rios a mínimos históricos, prejudicando as comunidades ribeirinhas e a fauna local​​.

O relatório MapBiomas Água 2023 revela que a superfície de água no Brasil tem mostrado uma tendência de declínio desde 1985, com 2023 registrando 18,3 milhões de hectares, abaixo da média histórica. Mais da metade dessa superfície está na Amazônia, que também sofre com a seca severa, perdendo 3,3 milhões de hectares de água em 2023. A seca na Amazônia resultou em mais de seis meses de níveis de água abaixo da média histórica​​.

A situação é semelhante em outras regiões do Brasil. A Caatinga, por exemplo, apresentou uma superfície de água de 974.969 hectares em 2023, representando apenas 1,1% de seu território, mas ainda assim houve um pequeno aumento em relação a 2022. O Cerrado também registrou um aumento na superfície de água, porém essa expansão ocorreu principalmente em áreas antrópicas, como reservatórios e aquicultura​​.