Por Brehnno Galgane, Terça Livre
O governador do Estado de São Paulo, João Doria, anunciou a antecipação das vacinas contra o vírus chinês. A declaração foi feita no Twitter do governador logo após a “motociata” no domingo (13) em apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro.
O anúncio de Doria só pôde ser feito depois que o Ministério da Saúde do Governo Federal entregou de forma antecipada 2 milhões de doses da vacina da Janssen. Doria, no entanto, quis ficar com todo o crédito pela antecipação do calendário vacinal.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em resposta a Doria no Twitter, confirmou a antecipação do calendário e ainda o lembrou que foi graças ao Governo Federal.
“Com certeza, governador João Doria. Com as doses enviadas pelo governo federal, por intermédio do Ministério da Saúde, a população adulta do Estado de São Paulo estará imunizada até setembro com a primeira dose da vacina contra Covid-19″, escreveu Queiroga na resposta.
Já o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, admitiu nessa segunda-feira (14) que o governo federal contribuiu para que a imunização fosse antecipada no Estado.
“Toda a estrutura do calendário vacinal está baseada, também, nas informações e quantitativos que vão ser enviados pelo Ministério da Saúde. Receberemos, agora, 2 milhões de doses da vacina da Janssen, que foi programada e prometida pelo Ministério, entre outras, como a da Pfizer e da AstraZeneca”, disse o secretário em entrevista à rádio Jovem Pan.
Ao analisar a postura do atual governo estadual de São Paulo, o jornalista Allan dos Santos, durante o Boletim da Manhã de segunda-feira (14), evidenciou a confusão vigente.
“Eles estão confusos, estão se perdendo, essa é a realidade. Você percebe que eles não sabem para onde ir. O secretário está aí afirmando que o Ministério da Saúde ajudou a antecipar a vacina, destruindo toda a narrativa do Doria”, destacou o jornalista.
“E agora o Gorinchteyn virou um ‘bolsominion’ por falar a verdade? Por simplesmente anunciar aquilo que ele não pode esconder?”, questionou Allan dos Santos.
“É óbvio que aqui o secretário não está sendo ‘bolsominion’, como eles gostam de dizer, ele está apenas sendo alguém que expôs aquilo que está nos documentos”, afirmou.
“Agora, essa contradição, esse ‘flagrante’, mostra como o Doria tem uma postura propagandista, publicitária e, como gestor, como governador, ele tem uma documentação que contradiz o que ele fala enquanto propagandista. Não há outra conclusão senão a de que Doria usa os problemas de saúde pública no estado de São Paulo para fins políticos eleitoreiros. Ele não tem preocupação com a saúde do povo”, concluiu o jornalista.
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