Por Agência EFE
Após tomar posse nesta terça-feira como presidente, Jair Bolsonaro juramentou em um ato conjunto os 22 membros de seu gabinete, entre os quais se destacam cinco membros das Forças Armadas e apenas duas mulheres.
Além dos militares, como o próprio Bolsonaro e o vice-presidente, o general da reserva Hamilton Mourão, no gabinete há uma pastora evangélica, um juiz reconhecido pelo seu combate contra a corrupção e um economista da Escola de Chicago que terá poderes especiais para comandar a economia.
Os 22 membros do gabinete de Bolsonaro são os seguintes:.
– Onyx Lorenzoni (Casa Civil).
Deputado do DEM, ocupava uma cadeira na Câmara desde 2003 e é reconhecido como um fervoroso anticomunista. Será uma espécie de articulador político do governo em um cargo que controla todas as molas do gabinete.
– Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência).
Advogado e presidente do PSL, partido pelo qual Bolsonaro foi candidato a presidente. Será um dos homens mais próximos ao novo governante.
– General Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo).
Participou de missões de paz no Haiti e no Congo. Também foi secretário de Segurança Pública no Ministério da Justiça durante o governo de Michel Temer.
– General Augusto Heleno Ribeiro (Gabinete de Segurança Institucional).
Na reserva desde 2011, comandou a missão de paz da ONU no Haiti e foi comandante militar da Amazônia.
– Ernesto Araújo (Relações Exteriores).
Diplomata de carreira. Desde 2016 dirigiu o Departamento de Assuntos Interamericanos do Itamaraty e se diz admirador de Donald Trump, adversário do globalismo e do marxismo e anunciou que de seu cargo combaterá o “alarmismo climático”.
– Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública).
Juiz responsável pela operação Lava Jato na primeira instância, o que lhe deu uma imagem de “paladino da justiça”. Condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à prisão.
– General Fernando Azevedo e Silva (Defesa).
Passou à reserva neste mesmo ano. Foi chefe do Estado-Maior do Exército e comandante da Brigada Paraquedista. Ocupará um cargo-chave em um governo cívico-militar.
– Paulo Guedes (Economia).
Economista alinhado ao ideário neoliberal de Milton Friedman e formado na Escola de Chicago. Seu ministério englobará funções até agora divididas entre as pastas de Planejamento e Indústria e Comércio. Propõe um plano baseado em privatizações, descentralização e mais ajustes fiscais.
– Roberto Campos Neto (Banco Central).
Economista. Também estudou na Escola de Chicago e até novembro deste ano ocupava um posto na junta diretiva da filial brasileira do Banco Santander.
– Tereza Cristina da Costa Dias (Agricultura).
Deputada do DEM, presidia um grupo suprapartidário que defende os interesses dos ruralistas na Câmara.
– Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura).
Engenheiro civil graduado no Instituto Militar de Engenharia. Sua pasta fundirá os atuais ministérios de Transportes, Portos e Aeroportos e Aviação Civil.
– Almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque (Minas e Energia).
Foi diretor de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, observador do Brasil nas Forças de Paz da ONU em Sarajevo e dirigiu a Secretaria da Junta Interamericana de Defesa, entre outros cargos.
– Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).
Tenente-coronel da Força Aérea, funcionário da Agência Espacial Brasileira e único brasileiro que viajou ao espaço. Em 2006 integrou uma missão da Nasa à Estação Espacial Internacional, a bordo de uma Soyuz TMA-8.
– Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional).
Funcionário de carreira da administração pública, especializado em Gestão Governamental. O Ministério de Desenvolvimento Regional assumirá as responsabilidades que até agora se dividiam entre as pastas de Integração e Cidades.
– Ricardo Salles (Meio Ambiente).
Advogado vinculado ao grupo Endireita Brasil, uma organização civil que promove valores ultraconservadores. Foi secretário de Meio Ambiente no governo de São Paulo.
– Luiz Mandetta (Saúde).
Ortopedista e pediatra. Deputado do partido DEM desde 2011, foi médico do Hospital Geral do Exército, com graduação de tenente.
– Marcelo Álvaro Antônio (Turismo).
Deputado do PSL, sem grande trajetória na política, na qual começou em 2012 como vereador da cidade de Belo Horizonte.
– Ricardo Vélez Rodríguez (Educação).
O “estrangeiro” do governo nasceu na Colômbia e se fixou no Brasil em 1979. É filósofo e professor emérito da Escola de Estado-Maior do Exército.
– Osmar Terra (Cidadania e Ação Social).
Deputado do MDB e ex-ministro de Michel Temer. Sua pasta englobará as funções agora divididas entre três ministérios que deixam de existir: Desenvolvimento Social, Esporte e Cultura.
– Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).
Pastora de tendência conservadora. Até agora era assessora de uma frente parlamentar evangélica.
– André Luiz de Almeida Mendonça (Advogado Geral da União).
Advogado, quadro técnico da administração pública. Era consultor jurídico da Controladoria-Geral da União no governo de Michel Temer.
– Wagner de Campos Rosário (Transparência e Controladoria-Geral da União).
Advogado com estudos de pós-graduação em combate à corrupção e Estado de Direito, que também chegou a ser capitão do exército. Segue no cargo que ocupa no governo Temer. EFE
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