Por Jonas Valente, Agência Brasil
O Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) inicia neste fim de semana nova fase do estudo Epicovid-RS, que avalia a resposta imunológica da população ao novo coronavírus no estado. A pesquisa analisa o percentual de pessoas que desenvolveram anticorpos ao vírus na região.
Esta fase do estudo ocorrerá apenas na cidade de Pelotas, com 500 voluntários. As anteriores contemplaram participantes de nove cidades. A restrição se deve ao fato de que os resultados da cidade podem ser utilizados como um reflexo da dinâmica do estado.
Além de avaliar o percentual de pessoas que desenvolveram anticorpos, esta fase vai analisar quais os tipos de anticorpos e em que proporções dentro da amostra examinada. Isso porque há uma diversidade de anticorpos, com capacidades diferentes de combate ao vírus.
“Nas fases anteriores, nós apenas testamos a presença de anticorpos. Colhia o sangue na ponta do dedo das pessoas sorteadas e fazíamos a determinação da presença de anticorpos do vírus. Nesta etapa, vamos caracterizar esses anticorpos, determinando a proporção de pessoas que têm anticorpos neutralizantes, que podem impedir a invasão do vírus nas células do indivíduo. São esses que indicam se a pessoa está realmente protegida”, explica o professor da UFPel Odir Dellagostin, um dos coordenadores do estudo.
A investigação também vai avaliar a resposta imunológica das células dos participantes. Esse é um mecanismo de defesa além da criação de anticorpos.
Segundo Odir Dellagostin, a análise vai ajudar a detectar melhor a proporção de pessoas que desenvolveram formas de defesa contra o vírus.
“Algumas pessoas que entraram em contato com o vírus não chegam a desenvolver anticorpos detectáveis. Queremos saber qual é a proporção que conseguiu ter resposta imunocelular, mesmo não tendo anticorpos. Olhando para as outras fases quando só medimos anticorpos, o estudo pode nos sinalizar se houve indivíduos que, mesmo infectados, não conseguem desenvolver níveis de anticorpos detectáveis”, comenta o professor.
Edição: Graça Adjuto
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