A indústria brasileira enfrenta crescentes desafios devido ao aumento de práticas ilegais. Esses problemas afetam a competitividade e geram elevados custos operacionais.
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), envolvendo 247 empresas de mais de 23 setores, revelou que os produtos não-conformes a normas e regulamentos lideram como o maior problema. Esse impacto atinge diretamente 66% das organizações entrevistadas.
O levantamento também destaca a comercialização de itens contrabandeados, falsificados e piratas, que foi facilitada pelo crescimento do comércio digital. Segundo 50% dos respondentes, a expansão das vendas online tem contribuído para a distribuição desses produtos irregulares, comprometendo o mercado formal.
Outro ponto crítico é o impacto econômico de crimes patrimoniais, como roubo e furto de cargas. Esses crimes representam uma das maiores fontes de prejuízos financeiros. Cerca de 34% das empresas relataram que o roubo de cargas gerou impactos “muito altos” em suas operações nos últimos anos.
Golpes cibernéticos, incluindo sequestro de dados e fraudes financeiras, aparecem como o terceiro crime mais recorrente contra o setor industrial.
Para lidar com essas ameaças, 63% dos empresários indicaram que os gastos com segurança privada e seguros têm peso significativo em seus orçamentos. Apenas 4% observaram uma redução desses custos nos últimos anos.
A pesquisa aponta que 76% das empresas consideram essencial reforçar a fiscalização e o controle para conter as práticas ilegais.
Além disso, 62% defendem a ampliação de ações de inteligência, como cruzamento de bases de dados, para combater os prejuízos causados por esses crimes.
O aumento da repressão também foi citado como uma medida necessária por uma parcela relevante dos entrevistados.
Desafios crescentes
Nos últimos três anos, a evolução das ilegalidades foi percebida como significativa. Esse aumento foi especialmente notado na venda de produtos não-conformes.
Segunda a CNI, esse cenário reflete não apenas o impacto financeiro, mas também a “concorrência desleal” enfrentada pelo setor formal.
A CNI reforça a urgência de medidas integradas entre governo e iniciativa privada para coibir essas práticas e proteger a indústria nacional.
A pesquisa também sugere que soluções educacionais e de conscientização cultural podem complementar os esforços repressivos, promovendo uma mudança estruturada no combate às ilegalidades.