Rio de Janeiro é a primeira capital brasileira a deixar de exigir máscaras e passes sanitários

“Temos a menor taxa de transmissão desde o início da pandemia", afirmou o secretário municipal da saúde

08/03/2022 10:02 Atualizado: 08/03/2022 10:02

Por Agência EFE

Circular com máscaras em ambientes abertos e fechados não será mais obrigatório a partir de terça-feira no Rio de Janeiro, onde a regra que exige a apresentação do certificado de vacinação contra a covid para entrar em estabelecimentos também será suspensa.

O fim de duas das principais restrições impostas ao enfrentamento da pandemia da covid foi anunciado na segunda-feira pelo prefeito da segunda maior cidade brasileira, Eduardo Paes, e faz do Rio de Janeiro a primeira grande cidade do Brasil a deixar de exigir máscara em qualquer lugar.

A cidade mais emblemática do Brasil já havia anunciado em outubro passado o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços abertos e na segunda-feira estendeu a liberação para os ambientes fechados, ainda que a medida só vá entrar em vigor na terça-feira com sua publicação no “Diário Oficial”.

“Cumprindo a determinação do Comitê Científico, o decreto que acaba com a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes abertos e fechados será publicado na terça-feira”, anunciou Paes após reunião do corpo de cientistas e especialistas que assessora a prefeitura sobre medidas a serem tomadas diante da pandemia.

“E com o esforço de vacinar todos que podem receber a dose de reforço, em três semanas também vamos acabar com a exigência do passaporte sanitário (certificado de vacinação)”, acrescentou.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, explicou em conferência de imprensa que a Comissão Científica recomendou que a máscara continue a ser obrigatória apenas para profissionais de saúde e nas escolas, bem como para pessoas com doenças de alto risco, não vacinadas e com sintomas da gripe.

“Temos a menor taxa de transmissão (da covid) desde o início da pandemia, de apenas 0,3 (três novas infecções para cada dez infectados) e uma positividade (porcentagem de diagnósticos positivos em testes da covid) inferior a 3,9%, com uma redução gradual nas últimas semanas”, relatou Soranz.

Ele lembrou que menos de 1% dos internados atualmente na cidade estão em tratamento para a covid e que a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a emergência pode ser considerada sob controle quando a porcentagem de casos positivos for inferior a 5%.

“Hoje está cada vez mais difícil ver um caso grave da covid no Rio de Janeiro devido ao nosso alto índice de cobertura vacinal”, acrescentou o secretário, que defendeu que o alto número de vacinados desacelerou as taxas de transmissão, portanto não há aumento de casos mesmo após as festas clandestinas registradas na semana passada durante o período de carnaval.

Ele acrescentou que a estratégia de proibir a entrada de turistas sem vacina na cidade mais turística do Brasil também ajudou a controlar a pandemia no Rio de Janeiro.

83,8% da população carioca já tem o ciclo completo de imunização (vacina de duas doses ou dose única), índice que chega a 89,2% quando se considera a população que pode ser vacinada (acima de 5 anos), e 42,3% já recebeu a dose de reforço.

Nas últimas semanas, os números caíram acentuadamente em todo o país. O número médio de infecções em uma semana no Brasil caiu de quase 190.000 diariamente em 3 de fevereiro para 40.130 por dia neste domingo, seu nível mais baixo desde 11 de janeiro, e o número médio de mortes caiu de 951 diárias no dia 11 de fevereiro para 430 por dia no domingo, o menor desde 28 de janeiro.

Entre para nosso canal do Telegram

Assista também: