A reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros para definir o pacote de cortes de despesas foi encerrada na segunda-feira (4) sem qualquer anúncio oficial.
O encontro, realizado no Palácio do Planalto e que durou cerca de 3 horas e meia, tinha como objetivo finalizar as medidas de contenção de gastos para garantir o cumprimento das metas fiscais nos próximos anos.
Apesar das expectativas, nenhum comunicado foi feito pelas autoridades ao término da reunião.
De acordo com o Ministério da Fazenda, “o quadro fiscal do País foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão”.
O ministério ainda afirmou que outras reuniões serão realizadas na terça-feira (5), quando outros ministérios serão convocados pela Casa Civil para opinar e contribuir no âmbito das mesmas discussões.
Medidas em discussão e cortes de gastos
Segundo informações do colunista do g1, Valdo Cruz, a proposta da equipe econômica inclui limitar despesas obrigatórias para garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
O objetivo é assegurar que o governo cumpra as metas estabelecidas para os próximos anos.
Há, no entanto, exceções propostas, como o aumento real do salário mínimo e a vinculação da aposentadoria ao piso salarial.
Também estão em pauta mudanças na vinculação de gastos em áreas como saúde e educação.
Estes setores têm um peso significativo no orçamento federal e qualquer redução ou readequação pode provocar impactos diretos nos serviços prestados à população.
A equipe econômica está sob pressão para encontrar equilíbrio entre o controle fiscal e a manutenção de políticas sociais que são caras à gestão de Lula.
Nas últimas semanas, o mercado financeiro tem reagido com preocupação à demora na apresentação de um plano detalhado de controle de gastos.
A incerteza fez com que o dólar subisse ao maior valor da história, R$ 5,86, a Bolsa de Valores caísse, e os juros futuros aumentassem.
Haddad reconheceu a “inquietação” do mercado, mas garantiu que o governo está comprometido com a manutenção do arcabouço fiscal e que as medidas serão apresentadas em breve.
A pressão sobre o governo Lula para que adote medidas de austeridade vem tanto do mercado quanto de setores políticos que cobram maior responsabilidade fiscal.
Contudo, a dificuldade em construir um consenso entre os diversos ministérios e os aliados políticos tem dificultado o avanço do pacote.
As expectativas agora estão voltadas para os próximos dias, quando novas discussões deverão ocorrer e, possivelmente, culminarão no anúncio das tão esperadas medidas.