Representantes femininas expressam preocupação com segurança em debate sobre banheiros unisex

Por Redação Epoch Times Brasil
27/11/2024 09:33 Atualizado: 27/11/2024 09:33

Uma proposta de lei que busca restringir o uso de banheiros femininos por pessoas transgênero está gerando grande debate no Congresso Nacional. O projeto, que levanta questões sobre segurança e privacidade de mulheres e meninas, tem levantado oposição por parte das representantes femininas.

Segundo o deputado federal Capitão Alden, em uma justificativa para o requerimento de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, “muitas pessoas expressam sua insatisfação e grande preocupação com essa possibilidade, principalmente em relação à segurança e privacidade das mulheres e meninas”. 

Segundo a justificativa, a preocupação principal é com a presença de pessoas transgênero que ainda possuam genitália masculina nos banheiros femininos. De acordo com o deputado, isso pode trazer risco à integridade física e psicológica de usuárias desses locais.

O argumento está ancorado na jurisprudência estabelecida em 2017 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que permite que pessoas transgênero mudem seu prenome sem a necessidade de cirurgia de redesignação sexual. 

Celina Lazzari, representante da Associação de Mulheres, Mães e Trabalhadoras do Brasil (Matria), declarou em uma audiência pública na Câmara na terça-feira (26) que “qualquer homem entrando em um espaço feminino está mal-intencionado”, argumentando que a presença de pessoas transgênero poderia facilitar abusos.

A proposta de Projeto de Lei 2276/24, de autoria da deputada Julia Zanatta (PL-SC), está em tramitação e prevê a separação de banheiros e vestiários públicos com base no sexo de nascimento.

A empresária e mulher trans Sabrina Huss sugeriu uma alternativa.

Ela propôs que os banheiros destinados às pessoas com deficiência também pudessem ser utilizados por pessoas transgênero, considerando a baixa demanda e a infraestrutura já existente nesses espaços.

A justificativa do Projeto de Lei também menciona que “há diversos casos, no Brasil e no exterior de tentativas de estupro e estupros consumados em banheiros de uso comum, dito, unissex”.

Isso reforça o argumento de que mulheres e crianças estão expostas a vulnerabilidades ao compartilhar esses espaços.

O documento enfatiza que debates e audiência pública serão fundamentais para discutir as formas pelas quais será possível garantir a segurança e privacidade das mulheres e meninas em locais de uso público, como banheiros e vestiários em universidades.

Outros países, como o Reino Unido e os Estados Unidos, também estão passando por problemas semelhantes.

De acordo com a justificativa do Projeto de Lei, a situação no Brasil é particularmente sensível, visto que o debate se intensificou com o julgamento marcado pelo Supremo Tribunal Federal.