Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo Odebrecht, afirmou ainda no dia 10 de abril de 2017 que R$300 milhões foram destinados ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esta declaração foi feita durante um depoimento e trouxe novos detalhes sobre o escândalo de corrupção que abalou o Brasil nos últimos anos.
Marcelo Odebrecht, em seu depoimento, detalhou como os valores foram distribuídos e utilizados para financiar campanhas políticas e outras atividades relacionadas ao PT e a Lula. Ele explicou que a quantia fazia parte de um “caixa-geral” de propinas e doações ilegais administradas pela Odebrecht, destinadas a garantir influência política e contratos vantajosos para a empresa.
De acordo com Marcelo, a empresa havia repassado cerca de R$ 300 milhões, que eram uma espécie de “caixa-geral” para o PT, usados conforme as necessidades do partido e do Lula. “Esses valores que eram disponibilizados, eles acabavam sendo usados, por orientação de [Antonio] Palocci e Guido [Mantega], a fim diversos, desde de doação oficial para campanhas políticas… especialmente para as campanhas de 2010 e 2014, para doações de caixa 2, tanto para campanhas presidenciais quanto municipais como no caso do Haddad” completou.
Contexto e implicações
A declaração de Marcelo Odebrecht se insere no contexto da Operação Lava Jato, que desvendou um vasto esquema de corrupção envolvendo diversas empreiteiras e políticos brasileiros. A Operação revelou como empresas pagavam propinas para obter contratos públicos, facilitados por intermediários e políticos corruptos.
Os depoimentos de Odebrecht também reforçaram as investigações que já apontavam para um esquema sistêmico de corrupção envolvendo o PT e membros de seu alto escalão. A confirmação de Marcelo Odebrecht sobre os valores destinados ao partido e a Lula adicionou um peso significativo às acusações que levaram as investigações até a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, atual presidente da república.
Reações
Na época, a revelação gerou fortes reações no cenário político brasileiro. Membros da oposição criticaram duramente o PT e Lula, exigindo explicações e responsabilizações. Por outro lado, aliados do ex-presidente e do partido afirmaram que as declarações eram parte de uma perseguição política e que não havia provas conclusivas que ligassem diretamente Lula aos crimes mencionados.
No dia 7 de outubro de 2018, Lula foi preso após se entregar à Polícia Federal no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Após 580 dias de prisão, Lula foi libertado devido a um recurso apresentado por sua defesa questionando o fórum onde Lula foi julgado como improcedente, já que na visão da defesa, o presidente não poderia ser julgado em Curitiba.
Nesta terça-feira (21), o ministro Dias Toffoli, indicado por Dilma Rousseff, anulou todas as condenações de Marcelo Odebrecht.