O relatório anual do desmatamento (Rad) no Brasil, divulgado hoje pelo MapBiomas, revelou uma redução de 11,6% na área total desmatada em 2023 em comparação ao ano anterior. Estudos destacam aumento descontrolado do desmatamento em 2024 em algumas regiões e biomas específicos.
O Brasil perdeu 1.829.597 hectares de vegetação nativa em 2023, uma melhoria em relação aos 2.069.695 hectares desmatados em 2022. No entanto, essa queda geral esconde aumentos alarmantes em algumas áreas.
Pantanal, Caatinga e Cerrado sob pressão
O Cerrado, por exemplo, ultrapassou a Amazônia e registrou a maior área desmatada entre os biomas, com 1.110.326 hectares desmatados, um aumento de 67,7% em relação ao ano anterior. Em contraste, a Amazônia apresentou uma significativa redução de 62,2%, com 454.271 hectares desmatados.
O Pantanal também sofreu um aumento preocupante de 59,2% no desmatamento, totalizando uma área média de 158,2 hectares por evento, a maior entre todos os biomas.
Na Caatinga, o desmatamento associado à expansão de empreendimentos de energia solar e eólica resultou na perda de mais de 4.302 hectares de vegetação nativa.
Desempenho dos estados: Maranhão, Bahia e Tocantins
Os estados do Maranhão, Bahia e Tocantins lideraram o desmatamento em 2023. O Maranhão saltou da quinta para a primeira posição, com um aumento de 95,1% na área desmatada, totalizando 331.225 hectares.
A Bahia e o Tocantins também registraram aumentos significativos, com 290.606 hectares (27,5%) e 230.253 hectares (177,9%) desmatados, respectivamente.
Perspectivas para 2024
No entanto, essa aparente melhoria no total do desmatamento foi ofuscada pelo aumento alarmante observado em 2024. Os dados preliminares indicam um crescimento significativo das queimadas do primeiro quadrimestre de 2023 de 1.427.115 ha para 3.033.388 ha no primeiro quadrimestre de 2024.
Comparando os biomas, a Amazônia, que havia registrado uma redução significativa de 62,2% no desmatamento em 2023, voltou a apresentar índices preocupantes em 2024.
Da mesma forma, o Pantanal, que já havia visto um aumento de 59,2% no ano passado, continuou a sofrer perdas intensas de vegetação nativa.