Relação comercial entre Brasil e China terá novo recorde, afirma Alckmin

Esse marca 50 anos das relações Brasil-China, fazendo ambos os países anunciarem diversas estratégias e planos econômicos conjuntos.

Por Redação Epoch Times Brasil
06/08/2024 19:25 Atualizado: 06/08/2024 19:26

O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou na segunda-feira (5) que o comércio entre Brasil e China deve atingir um novo recorde em 2024, pontuando que nos primeiros sete meses do ano, o comércio bilateral cresceu 7,4% em comparação ao mesmo período de 2023.

Em 2023, o volume comercial entre os dois países somou mais de US$ 157 bilhões, com um superávit de US$ 51,1 bilhões para o Brasil. Alckmin destacou a importância dessa parceria estratégica para o desenvolvimento econômico brasileiro.

Alckmin enfatizou a relevância da neoindustrialização e do fortalecimento das cadeias produtivas. “Nós queremos neoindustrializar o Brasil. Não há desenvolvimento econômico sem indústria, não há desenvolvimento social sem indústria. Então nós queremos uma neoindustrialização”, afirmou o vice-presidente.

Este ano as relações bilaterais entre Brasil e China completam 50 anos e assinaram acordos comerciais em setores estratégicos como agronegócio, energia e tecnologia tem sido firmados entre os dois países.

Em junho de 2024, por exemplo, foi assinado um acordo que pode aumentar as exportações de café brasileiro para a China.

Perspectivas futuras

Alckmin expressou ainda otimismo quanto ao futuro da relação Brasil-China, acreditando que a parceria continuará a crescer e a trazer benefícios econômicos e sociais para ambos os países. 

Embora essa parceria traga benefícios econômicos, como aumento de exportações e investimentos em infraestrutura, ela também pode apresentar riscos de uma crescente dependência econômica do Brasil.

A possível entrada do Brasil no projeto de infraestrutura do Cinturão e Rota também tem sido foco da relação entre os dois países.

No mês passado, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning disse que a China espera “que o Brasil se junte à Iniciativa Cinturão e Rota o mais rápido possível.”

Já o presidente Lula da Silva, tem enfatizado repetidamente seu desejo de que o Brasil entre para o projeto, afirmando recentemente o seguinte sobre esse tópico “Eu quero saber aonde é que a gente entra, que posição nós vamos jogar, porque nós não queremos ser reserva, nós queremos ser titular”.

O Cinturão e Rota é um projeto bilionário de investimentos do regime chinês que tem gerado muita preocupação. 

Estudos do laboratório de pesquisa AidData, da faculdade William and Mary dos EUA, apontam que mais de 1 em cada três projetos do Cinturão e Rota teve “grandes problemas de implementação” – incluindo escândalos de corrupção e violações trabalhistas.  

Outro estudo do mesmo laboratório, onde ele coletou uma imensa base de contratos de empréstimos chineses e cruzou as informações, ressalta que os contratos chineses têm cláusulas de confidencialidade, de sigilo, incomuns em contratos com outros países. Essas cláusulas impedem que o devedor revele não só as condições mas mesmo a existência da dívida.

Um caso comumente citado é o do porto de Hambantota, no Sri Lanka. Depois de Pequim emprestar um valor bilionário para a construção do porto, o governo local se viu incapaz de arcar com as dívidas. O porto, junto de 15 mil acres de terra, foi cedido à China por 99 anos. Sua localização é estratégica de um ponto de vista comercial e também militar, próximo à Índia, um rival da China.