Regulações trabalhistas e ambientais impedem inovação e desenvolvimento da Indústria, diz CNI

Estudo mostrou que multas, perdas de mercadoria e retrabalho devido a regulamentações custaram R$150 bilhões para economia.

Por Matheus de Andrade
24/07/2024 23:34 Atualizado: 24/07/2024 23:34

De acordo com a Sondagem Especial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada na terça-feira (23), setores industriais perderam cerca de R$ 243,7 bilhões em 2023 devido a regulamentações​​. O custo regulatório, que representa a parcela dos recursos que empresas precisam alocar para cumprir as exigências legais e normativas, tem se tornado um dos principais entraves para o crescimento industrial. 

Enquanto nas grandes empresas o custo regulatório foi de 3,9% da receita líquida, nas pequenas o custo ultrapassou os 5%, resultando em mais despesas justamente das empresas que precisam de incentivos para continuar crescendo​.

Entre os principais fatores que contribuem para o aumento do custo regulatório estão os atos processuais administrativos, como a obtenção de licenças, autorizações e certificações obrigatórias. Além disso, a contratação de serviços terceirizados, como assessoria jurídica e contábil e a adequação do sistema produtivo para atender às normas também são pontos de destaque.

As regulações trabalhistas e a rotina fiscal para o pagamento de tributos foram citadas por metade dos empresários como as principais fontes de custo, seguidas de perto pelas regulamentações ambientais​​.

Regulações estatais impedem a inovação

A pesquisa também destacou que a complexidade das regulamentações dificultam a inovação. Cerca de 45% das empresas afirmaram que as regulações em vigor são um obstáculo para a inovação, enquanto apenas 17% viram algum incentivo nas normas existentes.

Além disso, o custo da não conformidade, que inclui multas, perdas de mercadoria e retrabalho, foi estimado em 2,6% da receita líquida total da indústria, ou aproximadamente R$ 150,1 bilhões​​.

Entre os setores mais afetados estão o farmacêutico e o de biocombustíveis, ambos com uma taxa de 6,8% sobre a receita líquida, seguidos pela extração de minerais não-metálicos e a indústria de borracha​​.