O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, contestou na sexta-feira (12) as investigações em curso sobre os esquemas da chamada “Abin paralela”. Em sua declaração, Ramagem classificou o relatório da Polícia Federal (PF) como “ilações e rasas conjecturas”.
Ramagem, que foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entre 2019 e 2022, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), está no centro das investigações da PF.
Em uma postagem no X, o deputado afirmou que a PF está apenas disseminando “impressões pessoais” à imprensa.
“Após as informações da última operação da PF, fica claro que desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas”, escreveu o parlamentar.
Ele também criticou o relatório por incluir uma lista de autoridades supostamente monitoradas, dizendo que isso foi feito para “criar alvoroço”. “Dizem monitoradas, mas, na verdade, não. Não se encontram em FirstMile ou interceptação alguma”.
“Estão em conversas de WhatsApp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade”, reforçou.
Ramagem nega ação para ajudar Flávio Bolsonaro
Em um desdobramento recente, Ramagem também negou qualquer ação para ajudar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das supostas rachadinhas.
Nas investigações, a PF citou um áudio de 2020, “possivelmente gravado” por Ramagem, em conversa com Bolsonaro e o ministro Augusto Heleno sobre o caso.
“Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial”, disse Ramagem em sua publicação no X.
O caso das rachadinhas investiga o possível desvio de parte dos salários dos funcionários do gabinete de Flávio, quando ele era deputado estadual no Rio. A investigação afirma que, no áudio de uma hora e oito minutos, Ramagem sugere a instauração de um procedimento administrativo contra os auditores para anular a investigação das rachadinhas, bem como retirar alguns servidores de seus respectivos cargos.
“Houve finalmente indicação de que serei ouvido na PF, a fim de buscar instrução devida e desconstrução de toda e qualquer narrativa”, declarou Ramagem, acrescentando que “fica claro” que a PF despreza os “fins de uma investigação” com o objetivo de “levar à imprensa ilações e rasas conjecturas”.