Radioterapia: 10 mil pacientes de câncer de próstata ficam sem tratamento no SUS

Por Redação Epoch Times Brasil
02/12/2024 09:14 Atualizado: 02/12/2024 09:14

Cerca de 10 mil pacientes com câncer de próstata no Brasil não têm acesso à radioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) anualmente, segundo estudo recente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT). 

A análise, que utiliza dados do Ministério da Saúde e do DataSUS, aponta que a radioterapia é indicada para 60% dos casos da doença, ou seja, para aproximadamente 32 mil pacientes. No entanto, apenas 22.541 pacientes receberam o tratamento no ano passado.

Com 71 mil diagnósticos novos de câncer de próstata no país a cada ano, a SBRT destaca que uma grande parcela dos pacientes depende exclusivamente do SUS para o tratamento. 

Aproximadamente 75% dos casos, o que corresponde a mais de 53 mil pessoas, buscam tratamento na rede pública.

O Ministério da Saúde responde

Em resposta às críticas, o Ministério da Saúde defende que o tratamento do câncer de próstata vai além da radioterapia. 

Em nota enviada à imprensa na última semana, a pasta argumenta que a escolha do tratamento deve levar em conta as particularidades de cada paciente e o estágio da doença, destacando a cirurgia — como a prostatectomia radical — como uma opção viável. 

De acordo com o governo, entre 2023 e 2024, mais de R$ 167 milhões foram direcionados à realização de procedimentos cirúrgicos, enquanto a radioterapia recebeu mais de R$ 225 milhões. 

O comunicado também menciona o Programa Radioterapia, que substituiu equipamentos obsoletos em hospitais especializados, e o Programa Mais Acesso a Especialista (PMAE), que facilita o acesso aos exames e consultas.

Projeto de Lei exige divulgação das listas de espera do SUS

O Projeto de Lei 2579/24, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, visa garantir maior transparência na saúde pública, tornando obrigatória a divulgação online das listas de espera para procedimentos no SUS.

Se aprovado, o projeto exigirá que as centrais de regulação de vagas do SUS publiquem informações sobre os pacientes e os procedimentos necessários. 

Para garantir a privacidade, a identificação será feita apenas pelo número do Cartão Nacional de Saúde (CNS) ou pelo protocolo de atendimento.

A proposta determina que sejam divulgadas online as seguintes informações:

  1. Data e horário agendados para atendimento.
  2. Posição do paciente na fila de espera.
  3. Grau de risco do paciente, com a respectiva justificativa médica.
  4. Relação dos pacientes já atendidos.

O deputado Marx Beltrão (PP-AL), autor da proposta, destaca que a regulação do SUS encaminha os pacientes para os serviços de saúde conforme a necessidade de cada caso. 

Ele defende que a transparência nas filas de espera é essencial para o controle e o acompanhamento social dos serviços oferecidos.