“Quem não paga imposto tem que voltar a pagar, senão a gente não reequilibra as contas”, defende Haddad

Pastas da Fazenda e Planejamento pedem congelamento de R$ 15 bilhões para verbas ministeriais.

Por Redação Epoch Times Brasil
25/07/2024 22:24 Atualizado: 25/07/2024 22:24

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que para o governo poder recuperar as contas públicas, quem não paga tributos no Brasil precisa voltar a pagar. Em entrevista a jornalistas na noite de quarta-feira (24), o ministro também voltou a criticar a desoneração da folha de pagamentos.

“Quem não paga imposto tem que voltar a pagar, senão a gente não reequilibra as contas”, argumentou o Haddad. Ele afirmou que o país tem um “déficit absurdo” há cerca de dez anos. No entanto, o governo tem procurado corrigir o problema, segundo o ministro.

Contenção de gastos

De olho nas contas de 2024, o Ministério do Planejamento e Orçamento, em conjunto com o Ministério da Economia, confirmaram na segunda-feira (22) a necessidade de congelar R$ 15 bilhões em verbas ministeriais. O objetivo é conduzir a projeção de déficit primário do governo neste ano a R$ 28,8 bilhões — que é exatamente o limite inferior tolerado para a meta de déficit zero.

O governo alega que um dos fatores que levou à contenção teria sido o aumento dos gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) – programa que fornece um salário mínimo a portadores de deficiência e idosos.

Questionado sobre como será feita a contenção dos R$ 15 bilhões sem que ocasione corte em programas sociais, Haddad argumentou que no ano passado o governo federal identificou fraudes, através do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Ele defendeu o restabelecimento de filtros para a identificação de pagamentos indevidos.

“Houve um descontrole de vários cadastros no governo federal. Ano passado foi feito trabalho neste sentido no MDS que economizou alguma coisa em torno de 9 bilhões de reais, simplesmente fazendo valer a lei e aquilo que o legislador entendeu que é o correto fazer”, afirmou o ministro, sem detalhar quais seriam as outras áreas da máquina pública a sofrerem eventuais congelamentos.