Os céus de Brasília, São Paulo e outras cidades são tomados por fumaça densa, causando cancelamento de voos na região de Goiás e piora na qualidade do ar nas regiões paulistas.
A fumaça das queimadas que ocorreram nas regiões Sudeste e Centro-Oeste no fim de semana ainda estão causando grandes problemas nas áreas afetadas. O Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, cancelou 26 voos no domingo (25) devido às condições de visibilidade severamente prejudicadas pela fumaça. Entre as operações afetadas, estavam 13 chegadas e 13 partidas.
A CCR Aeroportos informou que, apesar da melhoria nas condições de visibilidade na noite de domingo, o impacto nas operações continua ainda pela manhã de segunda-feira (26).
Companhias aéreas, incluindo Latam e Gol, emitiram notas destacando que os cancelamentos ocorreram por motivos fora de seu controle e garantiram que todos os passageiros afetados receberam assistência e foram reacomodados em outros voos, conforme as normas da ANAC.
Fumaça se intensifica em outras regiões
As consequências não se limitaram à capital paulista, atingindo também outras cidades, como Brasília e Belo Horizonte.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), a fumaça foi intensificada pelos incêndios que ocorrem no interior de São Paulo, Amazonas e no Pantanal trazidos por ventos favoráveis à propagação, aliados à seca prolongada e a baixa umidade do ar, abaixo de 20%.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que desde o início do ano, já foram registrados 2539 queimadas no estado de Goiás e 157 no Distrito Federal.
Recordes de queimadas em São Paulo
Enquanto isso, o recorde de queimadas registrada em São Paulo, que atingiu 5280 focos de incêndio desde o começo de 2024, têm causado fenômenos meteorológicos incomuns, como chuva escura. Segundo o Climatempo, a chuva escura ocorre quando nuvens carregadas encontram a fuligem das queimadas, deixando a água da chuva acinzentada.
Os efeitos das queimadas também têm sido sentidos na Região de Campinas, Norte e Centro-Oeste do Estado de São Paulo, onde a qualidade do ar em alguns lugares foi classificada como “péssima”, a pior categoria possível, pela Companhia Ambiental do Estado (Cetesb).
A concentração de partículas de poluição no ar chegou a 190 microgramas de MP10 por metro cúbico, um nível alarmante. A baixa umidade relativa do ar, que chegou a menos de 20%, também piorou a situação, forçando o uso de máscaras por parte dos moradores para evitar problemas respiratórios.
(Dados da qualidade do ar no momento em que as fuligens haviam chegado na região. Fonte: Cetesb)
Problema causados pela fumaça e procedimentos
De acordo com o Ministério da Saúde, para minimizar os efeitos da fumaça das queimadas na saúde, é recomendado aumentar a ingestão de líquidos, como água, para manter as vias respiratórias hidratadas. Além disso, é importante evitar atividades físicas ao ar livre durante os períodos de alta concentração de poluentes e, se possível, permanecer em ambientes com ar condicionado.
Fechar portas e janelas durante os momentos mais críticos do dia também é aconselhável, para impedir a entrada de partículas nocivas no ambiente. O uso de máscaras, especialmente as do tipo N95 ou PFF2, é recomendado para pessoas em áreas de maior risco, pois ajudam a filtrar as partículas mais finas.
Caso surjam sintomas como falta de ar, tosse ou irritação nos olhos, é essencial procurar atendimento médico imediatamente. Essas precauções são fundamentais para proteger a saúde, especialmente em áreas afetadas pela fumaça de queimadas.