Em uma nota divulgada na noite de segunda-feira (29), um dia após as eleições na Venezuela, o Partido dos Trabalhadores (PT) reconheceu a vitória do ditador Nicolás Maduro, referindo-se a ele como “presidente reeleito”.
Apesar dos protestos violentos que eclodiram no país desde o anúncio dos resultados e das alegações de fraude eleitoral feitas por diversos países e autoridades, a Executiva Nacional do partido descreveu o pleito venezuelano como uma jornada “pacífica, democrática e soberana”.
“O PT saúda o povo venezuelano pelo processo eleitoral ocorrido no domingo, dia 28 de julho de 2024, em uma jornada pacífica, democrática e soberana. Temos a certeza de que o Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória do presidente Nicolas Maduro, dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba, nos prazos e nos termos previstos na Constituição da República Bolivariana da Venezuela”, disse a Executiva Nacional do partido, em comunicado.
O texto postado no site oficial do PT ainda afirma ser importante que Maduro, agora reeleito, “continue” a ter “diálogo com a oposição”.
“Importante que o presidente Nicolas Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais”, afirmou a legenda.
“O PT seguirá vigilante para contribuir, na medida de suas forças, para que os problemas da América Latina e Caribe sejam tratados pelos povos da nossa região, sem nenhum tipo de violência e ingerência externa”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não se manifestou oficialmente.
O que aconteceu
O ditador Nicolás Maduro teve sua “vitória” no pleito de domingo (28) oficialmente anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na madrugada de segunda-feira (29). O Conselho declarou que, com 80% das urnas apuradas, Maduro havia vencido com 51,2% dos votos. No entanto, a oposição venezuelana não reconheceu a vitória de Maduro, alegando que as eleições foram fraudulentas.
Sem apresentar evidências do resultado, o presidente do CNE, Elvis Amoroso disse que o resultado era irreversível e parabenizou o chavista.
“Felicitamos, então, ao novo presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros”, disse.
Diversos países contestaram o resultado e solicitaram maior transparência das urnas. Em resposta, Maduro expulsou todo o corpo diplomático de sete nações da Venezuela e acusou os milhares de manifestantes que tomaram as ruas em protesto contra sua “reeleição” de serem “drogados e armados”.