Nesta quinta-feira (17), deputados de diversos partidos deixaram de registrar presença e com isso causaram o cancelamento da reunião da comissão das “10 Medidas de Combate à Corrupção”.
O deputado Carlos Marun (MS), vice-líder do PMDB e do governo, declarou que as ausências foram “uma posição para forçar um acordo. A maioria não concorda com o texto do relator. Marun foi um dos que, mesmo tendo comparecido à Câmara, não registrou presença.
Também não compareceram a maior parte dos parlamentares do PT, PMDB, PSDB, PSD, PP, PSB, PTB, PRB, PHS e Pros.
Membros da comissão querem que o artigo que foi retirado do parecer pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que cria a possibilidade de julgar membros do Ministério Público (MP) e magistrados por crime de responsabilidade, conste novamente do relatório.
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“Se vou empoderar a acusação, então consequentemente precisa ter uma responsabilização maior dos acusadores. Estamos querendo dosar isso”, declarou Marun. Segundo ele, ao fortalecer os poderes do MP e dos juízes, também se faz necessário atribuir-lhes mais responsabilidades.
Caixa dois
Deputados a favor das 10 medidas, no entanto, alegam que essa fala quer na verdade desviar a atenção do verdadeiro objetivo dos contrários ao relatório: anistiar o caixa dois eleitoral. “A responsabilização dos promotores e juízes é o bode na sala para forçar outro resultado”, falou o vice-líder do PPS, deputado Arnaldo Jordy (PA).
O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), disse que a questão está emaranhada com a operação Lava Jato, que tem causado preocupações ao ameaçar diversos políticos com a delação premiada de empreiteiras, que figuravam entre as maiores doadoras de campanhas eleitorais.
“Estamos discutindo uma lei que é perene. A Lava Jato vai acabar um dia”, afirmou.