Após 69 dias de paralisação, os professores das universidades federais decidiram encerrar a greve em todo o país. O Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) anunciou que a maioria das universidades filiadas votou pelo término do movimento, com 33 votos favoráveis e 22 contrários.
A decisão foi influenciada pela percepção de que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não atenderia ao pedido de reajuste salarial para 2024, concordando apenas com um reajuste a partir de 2025.
O Andes agora comunicará oficialmente a decisão ao Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, planejando assinar um acordo na quarta-feira (26). As atividades acadêmicas devem ser completamente retomadas até o dia 3 de julho.
Além dos docentes universitários, professores do ensino básico e servidores de institutos federais também encerraram suas greves, aceitando a proposta de reajuste salarial para 2025.
Professores da UnB (Universidade de Brasília), UFPR (Universidade Federal do Paraná), UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), UFMA (Universidade Federal do Maranhão) e Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) decidiram retomar as aulas na sexta-feira (21).
Os docentes receberam uma proposta do governo para melhorar a remuneração com dois reajustes salariais: 9% em 2025 e 3,5% em 2026. A categoria insistia em um aumento ainda para este ano, que não foi contemplado na negociação.
Além disso, está prevista a suspensão do controle de frequência e a revogação da ampliação da carga horária semanal dos professores em sala de aula, implementada em 2020.
“As bases sindicais estaduais entenderam que o avanço nas pautas não-salariais contemplava algumas reivindicações históricas e que acenam conquistas mais permanentes”, explicou o Andes.
O governo Lula também propôs outros benefícios para a categoria, como a redução do tempo para avanço na carreira de 18 para 12 meses, a implementação do RSC, a aceleração da progressão por capacitação a cada 5 anos, e a alteração do parâmetro do piso salarial.
A greve, iniciada em 15 de abril, teve como principais reivindicações o aumento salarial e a recomposição do orçamento das instituições de ensino.