Primeira Turma do STF rejeita recursos de Bolsonaro e mantém retenção de passaporte

Por Redação Epoch Times Brasil
22/10/2024 14:49 Atualizado: 22/10/2024 14:49

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, de forma unânime, manter as restrições impostas a Jair Bolsonaro, negando os recursos apresentados pela defesa que solicitavam a devolução do passaporte e a permissão para que ele se comunique com outros investigados. 

Desde fevereiro, o ex-presidente e seus aliados, como Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e o ex-ministro Braga Netto, estão impedidos de se comunicar.

Em seu voto, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, alegou a existência de “provas robustas” que conectam os investigados a um suposto planejamento de golpe com o objetivo de manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. 

Moraes sublinhou que a proibição de contato, inclusive por meio de advogados, é essencial para garantir a integridade da coleta de provas durante a investigação, prevenindo qualquer possibilidade de interferência no processo. 

“O desenrolar dos fatos já demonstrou a possibilidade de tentativa de evasão dos investigados, intento que pode ser reforçado a partir da ciência do aprofundamento das investigações que vêm sendo realizadas”, disse o magistrado. 

Relatório da PF deve ser concluído em novembro  

A Polícia Federal deve concluir o inquérito sobre o caso em novembro, de acordo com informações do G1. O relatório incluirá novas mensagens extraídas de dispositivos eletrônicos dos investigados, que, na visão da polícia, indicam o envolvimento do ex-presidente. 

Além disso, o relatório encerrará as investigações sobre as milícias digitais, conectadas a alegações de falsificação de cartões de vacinação e gestão de presentes oficiais.

Acesso à delação de Mauro Cid

Na decisão final, o ministro Alexandre de Moraes e os demais membros da Primeira Turma do STF também rejeitaram o pedido da defesa de Jair Bolsonaro para ter acesso à delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. 

“As investigações relacionadas a esses tópicos gerais estão em regular trâmite nesta Suprema Corte, com diversas diligências em andamento, o que, nos termos da fundamentação acima delineada, impede o acesso, pelo agravante”, afirmou Moraes. 

A Primeira Turma STF é composta pelos ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Alexandre de Moraes, que ocupa a presidência.