O Diário Oficial de Minas Gerais publicou, nesta terça-feira (17), a exoneração da primeira-dama Carolina de Oliveira Pereira Pimentel, esposa do governador Fernando Pimentel (PT), do posto de Secretária de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social. Foi escolhida para assumir o expediente da pasta a secretária-adjunta, Rosilene Cristina Rocha.
Adotada depois de a Advocacia-Geral do Estado (AGE) apresentar recurso, a recente determinação é da desembargadora Hilda Teixeira da Costa, da 2ª Câmara Cível. O Tribunal da Justiça manteve o embargo dos efeitos da nomeação nesta segunda-feira (16).
A primeira-dama e o marido, o governador Pimentel, estão sendo investigados pela Operação Acrônimo. A Polícia Federal está apurando a possível existência de um esquema de fraudes associadas à disponibilização de recursos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), na época em que o atual governador era ministro e responsável pelo banco. Anormalidades relacionadas ao processo eleitoral de 2014 também estão sendo investigadas.
Leia também:
• Cunha diz que não renuncia e que vai recorrer da decisão do STF
• Lava Jato chega ao Judiciário: PGR pede para investigar presidente do STJ
• Janot pede ao STF inquérito para investigar Dilma por obstrução à Justiça
A Polícia Federal (PF) suspeita que a jornalista possuía uma empresa de comunicação fictícia no Distrito Federal, utilizada pela organização do empresário Benedito de Oliveira, o Bené.
Em 2014 tiveram início as investigações da Operação Acrônimo, com a apreensão do avião de Bené, flagrado com R$ 133 mil em dinheiro vivo. Naquela ocasião, Bené viajava de Belo Horizonte (MG) para Brasília (DF), quando foi pego de surpresa por agentes da PF no Aeroporto JK.
Em abril deste ano, Fernando Pimentel nomeou a esposa para o cargo de secretária de Estado. Deputados de oposição apelaram à Justiça para impedir a nomeação dela, alegando que a atitude teria sido um artifício para que a primeira-dama adquirisse foro privilegiado.
Em defesa, o governador disse que a esposa tem total qualificação para atuar no cargo de secretária de Estado, mas, de acordo com a desembargadora que julgou o recurso, isso não ficou demonstrado.