Presidente do Senado estima que julgamento de Dilma levará quatro dias

17/08/2016 22:01 Atualizado: 17/08/2016 22:01

Conforme declarou hoje (17) o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a expectativa é de que o julgamento definitivo do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado seja finalizado em quatro dias.

Por enquanto, só o que já está decidido é que o primeiro dia será na quinta-feira, 25 de agosto, às 9h. Renan conversou ontem (16) à noite no Supremo Tribunal Federal (STF) com o ministro Ricardo Lewandowski, que vai presidir a sessão, e concluiu, não considerando o final de semana, que o julgamento deverá durar quatro dias com o término da sessão na terça-feira, 30 de agosto.

“Temos que otimizar ao máximo as sessões de quinta, sexta, segunda e terça de modo que finalizemos no mais tardar em quatro dias. Ninguém aguenta mais essa delonga”, declarou o senador.

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Votação final

Dilma Rousseff só poderá ser afastada definitivamente do mandato se houver, desta vez, dois terços dos votos, o que significa o apoio de pelo menos 54 dos 81 senadores. Em se concretizando essa tendência, o presidente interino Michel Temer assume o cargo definitivamente e a petista não poderá ser eleita por oito anos. Caso não se obtenha o número mínimo de votos exigidos para o impeachment, Dilma reassume o mandato e o processo no Senado é arquivado.

Investigação

Ontem o ministro do STF, Teori Zavascki, autorizou a abertura de inquérito para investigação de Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto à presumida tentativa de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. A investigação foi pedida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Indagado sobre a decisão do ministro, Renan não deu muita importância ao assunto. “Não acho que abertura de inquérito significa muito, apenas uma oportunidade para as pessoas se defenderem. A grande diferença entre os investigados é entre aqueles que têm o que dizer e aqueles que absolutamente não têm o que dizer”, declarou.

O presidente do Senado, que também é investigado, exemplificou o caso citando sua própria experiência. “Da minha parte, todo inquérito aberto para investigar alguma coisa contra mim ou citação de terceiros é oportunidade para desfazer qualquer maledicência, qualquer tentativa de acusação, como já vimos em vários processos”, afirmou.