A equipe do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) ficou em estado de alerta depois da saída de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados porque contava com a atuação firme do parlamentar para aprovar, com celeridade, projetos que Temer e seus aliados acreditam ser imprescindíveis para a retomada da confiança na economia brasileira.
O Presidente interino da Câmara Waldir Maranhão (PP-MA) assumiu o compromisso de que todos os projetos necessários ao bom desempenho da economia do País serão colocados em votação, mesmo que Temer venha a assumir o governo.
Segundo declarou Maranhão, haverá prosseguimento normal dos trabalhos legislativos conforme o regimento interno da Casa, e a prioridade das votações será decidida em reunião próxima, em conjunto com todos os líderes dos partidos.
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Na votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, o substituto de Cunha votou contrariamente. Ele estaria devendo prosseguimento do processo de afastamento do vice na Casa, de acordo com afirmações do vice-líder do governo, deputado Silvio Costa (PT do B-PE).
Condição indispensável para a aprovação de medidas garantidoras da retomada do crescimento do país, a suspensão do recesso de julho já estava sendo articulada nos bastidores pelo grupo do vice. Cunha já havia se pronunciado favoravelmente a que o recesso parlamentar fosse suspenso.
Na Câmara, os assessores de Temer têm procurado manter o que é por eles chamado de “ampla maioria” no que se refere à aprovação de projetos. Cunha, em entrevista ao Estadão, assegurou que, no que estivesse ao seu alcance, poderiam ser votados projetos parados na fila, como a substituição do atual regime de partilha para o de concessão na exploração do pré-sal, a proposta de Desvinculação das Receitas da União (DRU), a convalidação de incentivos fiscais do ICMS já concedidos pelos Estados e até mesmo a reforma da Previdência (desde que a reforma seja proposta pelo governo).