Prefeitos do Rio Grande do Sul protestaram em frente ao Palácio do Planalto na quarta-feira (3), pedindo que o governo federal libere recursos para recuperar as receitas municipais afetadas pelas enchentes recentes.
Os políticos tentaram se dirigir à rampa do Planalto, mas foram impedidos por agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência.
Antes do protesto, o grupo participou de uma manifestação no Salão Verde da Câmara dos Deputados, promovida pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e apoiada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), membro da Mesa Diretora.
Acompanhados do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), eles pediram uma reunião com Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, para discutir as demandas.
De acordo com o prefeito de Barra Azul e presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Marcelo Arruda, o governo se comprometeu a analisar as exigências.
Durante a mobilização, os prefeitos entoaram o hino rio-grandense, e uma das participantes protestou: “Eles acham que vamos depredar?”
“A gente sabe que os desafios do governo federal são imensos, mas a gente precisa do socorro para os municípios porque é lá na ponta que se resolve as coisas”, afirmou Arruda.
Na Câmara, Eduardo Leite destacou a urgência do apoio federal na recuperação do Estado após a tragédia das enchentes. Agora aguardam uma resposta até o congresso da Famurs em Porto Alegre, no dia 17, buscando garantias concretas de assistência financeira.
“A gente pede uma mobilização a mais. Um esforço a mais para que o Rio Grande do Sul seja capaz de superar esse momento delicado e haja a recomposição da arrecadação. Os estados e os municípios não podem emitir dívidas. A União tem essa capacidade, por isso é ela que deve prestar o socorro, que até agora não veio”, afirmou o governador.
O número de mortos durante as enchentes no Rio Grande do Sul subiu para 180. A Defesa Civil gaúcha identificou o corpo de Janice Brino, 49 anos, residente de Roca Sales, que estava desaparecida. Agora, restam 32 pessoas ainda não localizadas.
Além disso, segundo o último relatório da Defesa Civil gaúcha, as chuvas afetaram 478 municípios, impactando a vida de 2,39 milhões de pessoas.