A população do Brasil está prestes a entrar em um novo capítulo demográfico. Projeções do IBGE, publicadas na quinta-feira (22), indicam que o país atingirá seu ápice populacional em 2041, com cerca de 220,4 milhões de habitantes. Após esse ponto, a população começará a diminuir, chegando a 199,2 milhões em 2070.
Esse fenômeno resulta de vários fatores demográficos em mudança. A taxa de fecundidade, que já caiu significativamente desde 2000, continuará a diminuir, passando dos atuais 1,57 filhos por mulher para níveis ainda mais baixos nas próximas décadas.
Essa transição demográfica reflete uma mudança no comportamento reprodutivo, com mais mulheres optando por ter menos filhos, influenciadas por maior inserção no mercado de trabalho, acesso a métodos contraceptivos e educação.
Ao mesmo tempo, a expectativa de vida dos brasileiros tem aumentado devido a avanços na medicina, melhorias nas condições de vida e maior acesso a serviços de saúde. Em 2023, a expectativa de vida ao nascer é de 77,8 anos e deverá continuar subindo.
Com o envelhecimento da população, o Brasil enfrentará um aumento expressivo na proporção de idosos. Em 2060, estima-se que 32% da população brasileira terá 65 anos ou mais, representando um desafio significativo para o sistema previdenciário e para as políticas públicas voltadas ao bem-estar dos idosos.
O declínio populacional esperado a partir de 2041 terá impactos econômicos e sociais complexos. Uma população mais velha significa uma força de trabalho menor, o que pode desacelerar o crescimento econômico e aumentar a pressão sobre a seguridade social e a saúde pública.
Além disso, a menor proporção de jovens poderá afetar o dinamismo da economia, exigindo políticas que incentivem a produtividade e adaptem o país a essa nova realidade.
O IBGE observa que essa tendência já é vista em muitos países desenvolvidos, onde o crescimento populacional estagnou ou começou a diminuir.
A mudança demográfica também destacará a necessidade de reestruturações no mercado de trabalho, com possíveis incentivos para que os idosos continuem no mercado e uma revisão das políticas educacionais, para preparar as novas gerações para um mercado em transformação, afirmou o IBGE.