Por Pachi Valencia
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, chegou ao Brasil na sexta-feira para se reunir com refugiados venezuelanos e seu homólogo brasileiro em Boa Vista, como parte dos esforços do governo Trump para estreitar os laços com a região e aumentar a pressão contra o ditador Nicolás Maduro.
Pompeo fez a terceira parada de sua turnê latino-americana e chegou ao Brasil à tarde vindo da Guiana. Às 14h25 (hora local), o diplomata desembarcou em Boa Vista, Roraima, estado próximo à fronteira com a Venezuela, para visitar os venezuelanos do Posto de Identificação e Triagem (“Estação de Identificação e Detecção”) da instituição Operação Acolhida (“ Bem-vindo à operação”).
O diplomata se reuniu com cinco membros de uma família venezuelana que emigrou há dez meses e vive em um dos abrigos da Operação Bem-vindo, segundo um jornal local.
Devido à pandemia, a fronteira do Brasil com a Venezuela foi fechada desde 18 de março, e o fluxo de migrantes venezuelanos caiu de cerca de 600 por dia para algumas pessoas caminhando nas trilhas, segundo a Reuters.
“[Eles] querem o que todos os seres humanos desejam: dignidade, querem uma Venezuela democrática, pacífica e soberana para chamar de lar, onde eles e seus filhos possam encontrar trabalho e viver com essa dignidade”, disse ele em uma base aérea em Boa Vista, durante uma entrevista coletiva conjunta com o Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, na sala VIP da base do bairro Boa Vista.
Da mesma forma, o secretário dos EUA também criticou Nicolás Maduro por “uma crise provocada pelo homem” na Venezuela e o descreveu como um “traficante de drogas” durante a coletiva de imprensa, segundo a Reuters.
Pompeo destacou a “compaixão” do governo brasileiro por seu “apoio à liberdade nesta área” ao abrigar cerca de 260 mil venezuelanos. “Nós, os Estados Unidos e o Brasil, os apoiamos”, disse ele, acrescentando que o governo Trump anunciou mais US$ 348 milhões em ajuda para refugiados da Venezuela que escapam da “brutalidade de Maduro”, incluindo US$ 30 milhões para o Brasil.
Isso eleva o valor da ajuda dos Estados Unidos aos migrantes venezuelanos em US$ 1,2 bilhão desde 2017.
Durante seu discurso, Pompeo falou sobre as boas relações econômicas entre os EUA e o Brasil na proteção do ecossistema, e destacou os investimentos privados entre os dois países nos setores de energia, transporte, comunicações, entre outros. O funcionário norte-americano não perdeu a oportunidade de mencionar o esforço dos EUA contra outro regime totalitário.
“Finalmente, o ministro das Relações Exteriores e eu conversamos sobre segurança nacional, para manter as futuras redes do Brasil protegidas do Partido Comunista Chinês”, disse Pompeo.
Esta é a segunda visita de Pompeo ao Brasil. No final de dezembro, ele chegou a Brasília para a posse do presidente Jair Bolsonaro.
À noite, Pompeo viajará a Bogotá para se encontrar com o presidente Iván Duque. Na Colômbia, as autoridades falarão sobre como administrar a resposta à COVID-19 e “abordar as ameaças à segurança regional de traficantes de drogas, grupos terroristas e o regime ilegítimo de Maduro”, disse a porta-voz Ortagus.
É a terceira vez que o diplomata visita o país. Sua primeira viagem foi em abril de 2019 para visitar venezuelanos nos centros de migrantes de Cucutá, e em janeiro deste ano ele visitou Bogotá para tratar do problema das drogas.
Esta semana, o Departamento de Estado dos EUA anunciou que Pompeo visitaria todos os quatro países e o estado do Texas de 17 a 20 de setembro, como parte dos esforços do governo Trump para fortalecer os laços com a região e aumentar a pressão contra o ditador Nicolás Maduro.
“Esta viagem destacará o compromisso dos Estados Unidos em defender a democracia, em combater a COVID-19 enquanto revitalizamos nossas economias após a pandemia e fortalecemos a segurança contra ameaças regionais”, acrescentou a porta-voz do departamento Morgan Ortagus em um comunicado em 15 de setembro.
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