A Polícia Federal (PF) indiciou nesta sexta-feira (8) o ex-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, sob a acusação de uso de documento falso.
O empresário teria utilizado um relatório forjado contra seu adversário, Guilherme Boulos (PSOL), durante a campanha eleitoral.
O documento, divulgado em 4 de outubro, véspera do primeiro turno das eleições municipais, incluía um receituário médico que alegava encaminhar Boulos para uma emergência psiquiátrica em 2021, além de afirmar que o deputado federal teria testado positivo para cocaína.
Com o avanço do inquérito, a PF concluiu haver indícios para comprovar a prática criminosa. O caso será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá sobre a apresentação de uma denúncia formal e o possível prosseguimento judicial.
Marçal compareceu à Superintendência da PF, onde prestou depoimento por três horas, negando envolvimento e atribuindo a publicação à sua equipe.
Contudo, uma perícia da PF, concluída em 7 de outubro, revelou que a assinatura do médico José Roberto de Souza, associada ao documento, era falsificada.
De acordo com as autoridades, José Roberto de Souza, falecido em 2022, jamais trabalhou na clínica mencionada e, segundo sua filha, Aline Garcia Souza, não realizava atendimentos voltados à dependência química.
Em reação ao caso, Carla Maria de Oliveira e Souza, filha do médico, entrou com uma ação urgente pedindo a inelegibilidade de Marçal, sendo representada pelo advogado Felipe Torello Teixeira Nogueira.
A defesa de Marçal alega que o influenciador apenas compartilhou o documento fraudulento.
“O representado não fabricou nem manipulou o conteúdo veiculado, limitando-se apenas e tão somente a divulgá-lo exatamente como foi expedido”, diz o comunicado da defesa à imprensa.