A Polícia Federal (PF) indiciou 41 suspeitos por envolvimento em uma das maiores fraudes corporativas do Brasil, que levou a Americanas S.A. (AMER3) a pedir recuperação judicial no início do ano passado. A fraude, estimada em mais de 25 bilhões de reais, abalou as finanças da empresa e resultou em um dos maiores escândalos financeiros do país.
O caso surgiu em janeiro de 2023, quando irregularidades contábeis foram descobertas. Ocultas nos balanços financeiros, essas irregularidades vieram à tona após auditorias mais rigorosas. Inicialmente, o déficit foi estimado em 20 bilhões de reais, mas investigações posteriores elevaram o valor para mais de 25 bilhões.
O enorme rombo financeiro obrigou a Americanas a solicitar recuperação judicial em janeiro de 2023, tentando reestruturar suas dívidas e manter as operações. Esse pedido, um dos maiores no Brasil, desencadeou uma crise de confiança no mercado financeiro, impactando a reputação da empresa e a confiança dos investidores.
Indiciamento e investigações
Após meses de investigações, a Polícia Federal indiciou 41 suspeitos de envolvimento direto na fraude, incluindo altos executivos como o ex-presidente-executivo Miguel Gutierrez e a ex-presidente da B2W, Anna Saicali.
Miguel Gutierrez, brevemente preso em Madri no início de 2024, é apontado como uma das figuras centrais no esquema. Anna Saicali, por sua vez, entregou voluntariamente seu passaporte à PF, mostrando cooperação com as investigações.
A Polícia Federal segmentou os suspeitos em oito grupos, conforme suas áreas de atuação no esquema fraudulento. Esses grupos incluem executivos de contabilidade, relações com investidores e profissionais de tecnologia da informação.
Consequências e próximos passos
Os indiciados podem optar por assinar acordos de “não persecução”, o que pode resultar em penas mais brandas, desde que admitam sua participação no esquema e cooperem com as investigações. Essa estratégia da PF visa obter informações detalhadas sobre o funcionamento do esquema e identificar outros envolvidos.
A investigação ainda está em andamento, com a PF analisando documentos apreendidos e realizando interrogatórios. Dada a magnitude e a complexidade do caso, espera-se que o processo investigativo se prolongue por meses.