Polícia Federal confisca 27,7 milhões em bens financeiros e abre 2.200 inquéritos contra crimes eleitorais

Por Redação Epoch Times Brasil
04/10/2024 11:32 Atualizado: 04/10/2024 11:32

Até o momento, a Polícia Federal (PF) apreendeu mais de R$ 11 milhões em dinheiro vivo e confiscou R$ 16,7 milhões em bens de pessoas envolvidas em atividades suspeitas nas eleições de 2024. As ações fazem parte de um esforço nacional para garantir a lisura do processo eleitoral, com foco em crimes como “caixa dois”, compra de votos e corrupção.

Entre 16 de agosto e 3 de outubro, a PF abriu 2.246 inquéritos, uma média de 50 por dia, para investigar irregularidades relacionadas às campanhas eleitorais.

As principais infrações incluem a omissão de valores nas prestações de contas de campanhas, com 644 investigações em andamento, e compra de votos, que resultou em 541 inquéritos. A corrupção, com 280 casos, também está entre os crimes mais apurados.

A legislação brasileira prevê penas severas para esses crimes. O “caixa dois” pode resultar em até cinco anos de prisão e multa. A compra de votos pode levar à cassação do diploma ou registro do candidato, além de reclusão de até quatro anos. Já a corrupção eleitoral pode acarretar até seis anos de prisão e multa.

Até esta quinta-feira (3), a PF realizou 40 operações no Brasil. Em Manaus, uma assessora parlamentar foi flagrada com R$ 20 mil em espécie ao embarcar para Benjamin Constant (AM). Ela disse desconhecer a origem do dinheiro, e o parlamentar afirmou que o valor era dele.

No Amazonas, um candidato à prefeitura de Coari foi preso por distribuir dinheiro a eleitores durante um comício. Vídeos mostram o candidato jogando cédulas para a multidão, causando tumulto. A PF classificou o ato como compra de votos, crime previsto na legislação eleitoral.

A Polícia Federal destacou que, além da compra de votos e do “caixa dois”, suas maiores preocupações para as eleições de 2024 incluem a disseminação de “fake news”, o uso de deepfakes e a violência política, com foco no envolvimento de facções criminosas.

Para enfrentar esses desafios, a PF mobilizará mais de 6.000 agentes em todo o Brasil e usará drones para monitorar áreas críticas. O uso da tecnologia ajudará a fiscalizar práticas como compra de votos e boca de urna, que historicamente ameaçam a integridade das eleições.

As eleições municipais ocorrerão em todos os 5.569 municípios brasileiros no domingo (6). O segundo turno, se necessário, está marcado para 27 de outubro.