A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou, no início da manhã desta terça-feira (3), uma megaoperação no Complexo da Penha, na Zona Norte carioca. A ação faz parte da Operação Torniquete, no combate ao roubo de cargas e veículos no estado. Um casal foi preso e cinco pessoas ficaram feridas, entre elas uma jovem que estava em um ponto de ônibus e um policial militar.
Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão e de prisão contra bandidos do Comando Vermelho (CV), a facção criminosa atua nas favelas do Complexo. Os alvos da operação são os chefes do grupo, Edgar Alves Andrade, conhecido como Doca, Carlos Costa Neves, o “Gadernal”, e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o “BMW”.
Doca seria responsável por ordenar roubos de veículos e de cargas para financiar o CV e comprar armas e munições. De acordo com as investigações, o dinheiro também servia como “mesada” entregue a parentes de traficantes da facção que estão presos e a outros chefes do grupo.
As investigações também apontam que é do Complexo da Penha que partem as ordens para as disputas entre rivais, em busca de expandir o controle de territórios.
A ação mobilizou a tropa de elite da Polícia Civil, uma equipe da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e 200 policiais de 18 unidades. Foram usados ao menos cinco carros blindados, além de quatro helicópteros.
De acordo com os moradores, o intenso tiroteio entre os policiais e os bandidos começou às 5h20. Os traficantes atearam fogo na barricada, e um carro foi incendiado.
A Polícia Militar (PM) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) também participam da ação.
Transporte público, escolas e clínicas fechadas
Seis estações do BRT foram fechadas e três linhas tiveram a circulação suspensa. Sete linhas de ônibus que passam pelo Complexo da Penha tiveram seus trajetos alterados. Ao todo, dezessete escolas e três clínicas da família estão fechadas por questões de segurança.
Os feridos
A jovem Ágatha Alves de Souza, de 22 anos, foi baleada na perna e levada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde passou por cirurgia. Ela foi atingida enquanto estava em um ponto de ônibus.
Os outros feridos são Manoel Rodrigues de Souza, baleado na mão; um policial militar, atingido no peito, cujo nome e o estado de saúde não foram divulgados; além de um homem e uma mulher, feridos por estilhaços na boca e na mão, respectivamente.
Relatos também apontam que uma mulher grávida foi ferida por estilhaços e levada ao hospital, onde foi atendida e liberada.
As Polícias Civis do Pará e do Ceará também colaboram com essa operação, investigando a migração de criminosos do Rio de Janeiro, especialmente do Complexo da Penha, para esses estados.