A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu, na quinta-feira (14), um hacker de 36 anos em Jundiaí, interior de São Paulo, suspeito de enviar ameaças terroristas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O suspeito, cujo nome não foi divulgado, é acusado de enviar e-mails ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ameaçando realizar atentados com explosivos.
Em um dos e-mails investigados, o hacker fazia um aviso de que “explodiriam o STF com todos dentro”, mencionando um suposto movimento de “brasileiros patriotas”. Segundo as investigações, essas mensagens estavam ligadas com o perfil de Francisco, levando a suspeita de uma possível conexão.
O hacker, que trabalha na área de tecnologia da informação, é suspeito de integrar grupos de “extrema-direita” na deep web e de ter feito diversas ameaças a autoridades públicas, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes.
As ameaças teriam ocorrido em 2022, pouco antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e faziam referência a uma suposta ação de um grupo que não aceitaria que Lula assumisse a presidência.
Segundo a delegada Vanessa Pitrez, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a investigação contra o hacker ainda está em fase inicial. Ela destacou que diversos equipamentos eletrônicos foram apreendidos na residência do suspeito, incluindo computadores, tablets e celulares.
A delegada ressaltou que todos os dispositivos serão minuciosamente analisados para verificar se há de fato alguma relação entre o hacker e Francisco Wanderley Luiz, que se suicidou após detonar explosivos na praça em frente ao STF, na quarta (13).
Francisco havia alugado uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, onde a polícia encontrou mais artefatos explosivos.
As mensagens deixadas por Francisco nas redes sociais faziam ameaças e indicavam uma possível repetição dos ataques. A próxima data mencionada seria 16 de novembro, o que resultou em uma investigação ampla sobre possíveis colaboradores ou apoiadores.
A Polícia Federal também está envolvida nas investigações e colabora com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul para identificar possíveis ligações entre o hacker e outros suspeitos.