O mercado de trabalho no Brasil deu sinais de melhora no segundo trimestre, com o desemprego recuando para 13%, em média, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. No entanto, isso se deve ao incremento do emprego informal como decorrência da diminuição das vagas com carteira assinada, o que indica que a atividade econômica ainda tem dificuldade para engrenar uma recuperação mais estável. Quer dizer, cresceu o número de pessoas sem carteira e por conta própria, sem garantias trabalhistas.
A taxa caiu relativamente ao trimestre anterior (13,7%), divulgou nesta sexta-feira (28) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) via Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. De acordo com o instituto, esta foi a primeira queda estatisticamente significativa desde o final de 2014. Desde então, o desemprego apresentava um aumento constante ou, no máximo, uma estabilidade. O estudo não utiliza apenas os trimestres usuais, mas também ciclos não fixos (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio etc.).
“O mercado cresceu pela informalidade”, afirmou Cimar Azeredo. “O que se tem é uma tendência revertida na margem, mas na comparação com o ano passado, o mercado ainda apresenta forte desgaste provocado pela crise econômica e pela crise política”, acrescentou ele.
A recuperação aconteceu ainda que em um ambiente de grande indefinição política no Brasil, que tem influenciado a confiabilidade dos agentes econômicos. O presidente Michel Temer sofreu uma denúncia por crime de corrupção passiva depois das delações de executivos do grupo J&F.
Quanto ao salário do trabalhador, o valor real (ajustado pela inflação) chegou em média a 2.104 reais no segundo trimestre. Isso representa 1% a menos que no primeiro trimestre (R$ 2.125) e 3% a mais em comparação com o mesmo período de 2016 (R$ 2.043). O IBGE julga que houve estabilidade nas duas comparações.
Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. Foram pesquisadas 211.344 casas em aproximadamente 3.500 municípios.
O IBGE define desempregado como aquele que não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que houve a coleta de dados.
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