Nesta terça-feira (12), a Associação De Olho no Material Escolar (Donme) promoveu um evento na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em São Paulo, para discutir as lacunas e propor melhorias no texto base da Comissão Nacional de Educação (CONAE) que servirá de referência para o Projeto de Lei do Plano Nacional de Educação (PNE) 2024-2034.
O documento – que ainda vai tramitar no congresso – irá nortear as políticas públicas do setor da educação pelos próximos dez anos. Levantando preocupações sobre a qualidade do ensino no Brasil, o evento intitulado: “Educação e Produtividade: Desafios e oportunidades para o Brasil de 2024-2034”, reuniu especialistas do setor, representantes da indústria e da sociedade para discutir sobre o documento e propor melhorias.
“Precisamos avançar tanto na formação, capacitação e valorização do docente, quanto em melhorias na alfabetização – feita na idade certa -, na prioridade para a educação básica como um todo, com investimentos de mais qualidade; no esforço de levar isso para um país continental e desigual. E em outros pontos estruturantes do setor”, disse Letícia Jacintho, presidente da Donme.
O evento propôs um documento com base técnica e científica com o objetivo de aperfeiçoar a qualidade de ensino público no país. Letícia destacou que o MST está fazendo parte da discussão enquanto que os setores produtivos foram desestimulados a participar: “É tão grave que além de ter sido tirado de alguns setores, foi dado para entidades não ligadas à ciência. Esse documento tem de ser uma política de estado e não ideológica”, disse ela.
A ideologização da educação foi um dos temas amplamente debatidos. Entre os participantes do evento estavam: João Batista Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto; Guiomar Namo de Mello, Diretora da EBRAP, Beth Guedes, conselheira do CNE e Presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP); Mario Ghio, presidente da Associação Brasileira de Sistemas de Ensino e Plataformas Educacionais (Abraspe).
“As discussões para o Plano Nacional de Educação de 2024 são a contramão de tudo o que nós deveríamos fazer. São medidas que visam, em geral, desfazer o que foi feito: as avaliações, a base nacional comum curricular, a reforma do ensino médio, muitas vezes com o argumento de que isso foi aprovado em um governo que não era considerado legítimo por aqueles que estão debatendo”, disse o Sr. Mario Ghio.