A Polícia Federal montou uma relação dos casos em que há suspeita de que a empreiteira Odebrecht pagou propina a políticos para conseguir privilégios indevidos em contratos com o poder público, baseando-se em 32 grupos de mensagens trocadas por e-mail entre executivos da empresa. Entre elas estão mensagens com solicitações de pagamentos de porcentagens relacionadas a obras das linhas 2-Verde e 4-Amarela do Metrô de São Paulo.
Os e-mails também mencionam uma solicitação de pagamento de R$ 500 mil, em 2004, referente a uma “ajuda de campanha com vistas a nossos interesses locais”. A mensagem é assinada pelo diretor da Odebrecht encarregado do contrato da Linha 4, Marcio Pellegrini, e destina-se ao Setor de Operações Estruturadas da empreiteira chamado de “departamento de propinas” fazendo referência ao apelido “Santo”.
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No entanto, não foi possível, de acordo com a PF, identificar de quem fazem referência os apelidos constantes destas planilhas e, portanto, os prováveis alvos destes pagamentos não foram abordados na Operação Omertà, 35ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira (26).
“Verificou-se que alguns pagamentos eram solicitados explicitamente a título de contribuição para campanhas eleitorais, mas, ao contrário de qualquer alegação de que se tratariam apenas de contribuição popularmente conhecida como caixa 2, encontravam-se diretamente atrelados ao favorecimento futuro da Odebrecht em obras públicas da área de interferência dos agentes políticos”, declarou o delegado da PF Filipe Hile Pace.