A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de terça-feira (8) a Operação Lagoa em Perigo, que combate um esquema de compra de votos nas eleições municipais de 2024 em Lagoa da Canoa, cidade situada no interior de Alagoas. A operação foi feita em resposta a indícios de corrupção eleitoral e falsidade eleitoral.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, expedidos pela 44.ª Zona Eleitoral de Girau do Ponciano/AL.
Segundo a PF, um grupo político teria utilizado métodos ilícitos, como transferências bancárias via Pix, pagamentos de boletos e repasses em dinheiro, para garantir apoio a candidatos à Câmara Municipal. Não foram divulgados os nomes dos investigados.
Os policiais vasculharam diversos endereços na busca por celulares, computadores e documentos que pudessem estar relacionados às atividades criminosas. Durante a operação, a PF apreendeu uma quantia em dinheiro e uma arma, além de documentos que possam servir como provas dos delitos.
A corporação afirma que possui indícios suficientes para confirmar a ocorrência de crimes eleitorais na região.
Com população estimada em 18 mil habitantes e situada a 140 quilômetros de Maceió, Lagoa da Canoa é uma das 15 cidades alagoanas que recebeu reforço de tropas federais no último domingo (6). A medida foi adotada para garantir a segurança dos eleitores e coibir práticas como a compra de votos.
A Operação Lagoa em Perigo ocorre em um contexto mais amplo de ações da PF no combate a crimes eleitorais. Em balanço divulgado na segunda-feira (7), a corporação informou que, durante o primeiro turno das eleições, foram realizadas 415 conduções à delegacia, 16 flagrantes e instaurados 117 inquéritos para investigar irregularidades.
No total, mais de R$ 50,4 milhões foram apreendidos, sendo R$ 21,8 milhões em espécie, relacionados a práticas ilegais, como propaganda irregular e corrupção eleitoral.