A Polícia Federal confirmou nesta segunda-feira a detenção de um terceiro suspeito de participar do esquema de recrutamento de brasileiros pelo grupo terrorista Hezbollah.
A prisão ocorreu no domingo, no Rio de Janeiro, segundo comunicado oficial da PF, que não cita o Hezbollah nem oferece mais detalhes sobre o detido.
A operação foi deflagrada na última quarta-feira, dia em que duas pessoas foram presas em São Paulo por suposto envolvimento com esse esquema.
A Polícia Federal também realizou buscas em 13 residências em Brasília, Minas Gerais, São Paulo e Goiás, estado onde na sexta-feira foi interrogado um investigador, que posteriormente foi liberado.
As autoridades policiais federais afirmaram que o grupo tenta recrutar cidadãos brasileiros para cometerem ataques terroristas no Brasil e garantiu que os envolvidos poderão responder a acusações de terrorismo, com possíveis penas de 15 anos e seis meses de prisão.
Fontes policiais afirmaram que os detidos têm ligações com o Hezbollah e que planejavam cometer ataques contra os interesses da comunidade judaica no Brasil.
O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o serviço de inteligência estrangeira israelense, Mossad, colaborou com o Brasil para frustrar o ataque arquitetado pelo Hezbollah.
Da mesma forma, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, disse em entrevista ao jornal O Globo que o Hezbollah pretendia atacar sinagogas no Brasil, garantindo que o grupo xiita escolheu o Brasil como alvo porque conta uma rede de apoio no país.
Estas declarações irritaram as autoridades brasileiras e receberam respostas da Polícia Federal e do ministro da Justiça, Flávio Dino, que esclareceu que as investigações começaram antes do início da atual guerra entre Israel e o grupo terrorista islâmico palestino Hamas.
Em uma longa postagem na rede social X, Dino disse que “nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil” e que “nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento”.
A Polícia Federal, em tom mais duro, afirmou em nota que “manifestações dessa natureza violam as boas práticas da cooperação internacional e podem trazer prejuízos a futuras ações nesse sentido”.
O grupo terrorista Hezbollah, de fé xiita, tem o apoio do Irã e é inimigo declarado de Israel, país que ataca com projéteis desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.
O Hezbollah está presente no Brasil, na área da tríplice fronteira com o Paraguai e a Argentina, há pelo menos três décadas.
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