A Polícia Federal prendeu, na manhã deste sábado (14), o general Braga Netto, alvo de inquérito sobre suposta tentativa de golpe de Estado. O mandado de prisão foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O militar foi ministro da Casa Civil e da Defesa no governo de Jair Bolsonaro (PL) e vice na chapa do ex-presidente nas eleições de 2022.
O general foi preso em sua residência, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, e levado à sede da PF, no centro da cidade, para exame de corpo de delito. A expectativa é de que ele seja transferido para a sede do Comando Militar do Leste, também no centro da capital, onde ficará sob custódia do Exército.
Segundo a PF, neste sábado estão sendo cumpridos os seguintes mandados: um de prisão preventiva, dois de busca e apreensão e um cautelar diverso da prisão, contra indivíduos que, supostamente, estariam “atrapalhando a livre produção de provas” durante a instrução processual penal.
Ainda de acordo com a corporação, as medidas judiciais visam prevenir a repetição das supostas ações ilícitas. Em Brasília, o alvo é o coronel Flávio Peregrino, ex-assessor de Braga Netto.
Braga Netto e sua trajetória de destaque no Exército
Nascido em Belo Horizonte (MG), Walter de Souza Braga Netto, de 67 anos, ingressou no Exército em 1975 e atualmente é general da reserva.
Em 2009, ao ser promovido a general, foi nomeado chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Oeste.
O militar desempenhou um papel fundamental na coordenação da segurança durante os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Em seguida, no mesmo ano, assumiu o Comando Militar do Leste, onde liderou 50 mil militares no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.
Braga Netto foi nomeado interventor federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro, durante o governo de Michel Temer (MDB), onde se destacou por sua atuação no comando das Polícias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros e do sistema penitenciário do estado.
Nos bastidores da política, além de ter sido ministro da Casa Civil e da Defesa no governo Bolsonaro, o militar também atuou como Secretário Nacional de Relações Institucionais do Partido Liberal (PL).