Foi deflagrada nesta sexta-feira (3) pela Polícia Federal a Operação Esfinge, que investiga um grupo que teria cometido fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro no Rio. Estão sendo investigadas fraudes em contratos de mais de R$ 6 bilhões movimentados, inclusive uma licitação da Casa da Moeda. A PF calcula que mais de R$ 70 milhões em propina foram movimentados pelo grupo.
Foram decretadas prisões preventivas em desabono de Marcelo Fisch, auditor-fiscal e ex-chefe de Fiscalização da Receita Federal, e de sua mulher. De acordo com a PF, o casal é acusado por crimes de corrupção ativa e passiva.
Estão sendo executados, em São Paulo e Brasília, 2 mandados de prisão preventiva e 5 mandados de busca e apreensão, em escritórios e residências dos membros do bando criminoso, por um contingente de aproximadamente 30 policiais federais e doze servidores da Corregedoria Geral do Ministério da Fazenda. A ordem para a emissão dos mandados partiu da 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Ministério da Fazenda e Ministério Público Federal executam em conjunto a intervenção.
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Um dos alvos da Esfinge, de acordo com a PF, é um escritório de consultoria, que teve aproximadamente R$ 70 milhões auferidos de uma empresa investigada por fraude à licitação na Casa da Moeda. As investigações indicam que esse escritório recebeu o valor, sem oferecer os serviços contratados. A PF comunicou que o escritório teria desempenhado o papel de fachada para intermediar o pagamento de propina aos implicados no plano.
Foi igualmente investigada, por suspeita de fraude, uma licitação da Casa da Moeda. A receita auferida com esse contrato, nos últimos seis anos, superou a quantia de R$ 6 bilhões. O objeto contratado era o Sistema de Controle da Produção de Bebida (SICOBE), relativo à instalação de aparelhos medidores de produtividade, nas linhas de produção de bebidas frias (cervejas, refrigerantes, sucos, águas minerais e outras). A estrutura também efetua o monitoramento, lançamento, gravação e transferência dos quantitativos, e os envia à Receita Federal, com a finalidade de tributação.
A Operação Esfinge é um desdobramento da Operação Vícios da PF, que no ano passado efetuou mandados de busca em 23 endereços relacionados aos investigados, abrangendo escritórios da sede da Receita Federal, em Brasília, e na Casa da Moeda do Brasil.