PF investiga desembargadores e juízes por corrupção na Justiça do Maranhão

Cunhada do ex-presidente da República José Sarney aparece no esquema criminoso; a polícia cumpriu 55 mandados de busca e apreensão em três estados.

Por Redação Epoch Times Brasil
14/08/2024 20:13 Atualizado: 14/08/2024 20:13

A Polícia Federal realizou na manhã desta quarta-feira (14) a Operação “18 Minutos”, que investiga um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA). Entre os alvos estão três desembargadores e dois juízes, incluindo a cunhada do ex-presidente da República José Sarney (MDB). 

Foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão, sendo 53 no Maranhão, um no Rio de Janeiro e um no Pará, estados também envolvidos nas investigações do esquema criminoso. A polícia apreendeu joias, relógios, carros de luxo e dinheiro vivo.

Entre os suspeitos de fazer parte da quadrilha estão a desembargadora Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa, cunhada de Sarney; o desembargador Marcelino Everton Chaves; o desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho; o desembargador Antônio Pacheco Guerreiro Júnior; a juíza Alice de Souza Rocha e o juiz Cristiano Simas de Souza.

O nome do ex-juiz Sidney Cardoso Ramos também aparece na linha de investigação, assim como advogados.

Ação da quadrilha

De acordo com a PF, a organização criminosa era estruturada em três núcleos: ex-servidores do banco, advogados e magistrados.

A investigação revelou um esquema onde processos judiciais eram manipulados para garantir decisões favoráveis em troca de vantagens financeiras ilícitas.

Um dos casos apurados revelou o desvio de R$ 14 milhões, resultado de uma decisão judicial do TJ do Maranhão que está sob contestação.

“18 minutos”

O nome da operação, “18 Minutos”, faz referência à rapidez com que decisões eram tomadas, alvarás expedidos e recursos desviados, indicando um planejamento meticuloso para facilitar o fluxo de dinheiro ilícito.

Além do bloqueio de bens, os servidores investigados foram afastados de seus cargos públicos e estão com monitoramento por tornozeleira eletrônica.

O Tribunal de Justiça do Maranhão declarou por meio de nota que está colaborando com a investigação e cumprindo as ordens do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).