A Polícia Federal (PF) indiciou, na quarta-feira (11), mais três militares no inquérito que investiga um suposto plano de golpe de Estado, cujo objetivo seria manter o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) no cargo. Com os novos indiciamentos, o total de envolvidos chega a 40, incluindo Bolsonaro e membros de seu governo.
Entre os indiciados está Aparecido Andrade Portela, também conhecido como Tenente Portela, militar da reserva e suplente da senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura no governo Bolsonaro. Portela é acusado de ter participado do suposto plano para manter o então presidente no poder.
Outros dois militares também foram indiciados: Reginaldo Vieira de Abreu, ex-chefe de gabinete do general da reserva Mário Fernandes na Secretaria-Geral da Presidência; e Rodrigo Bezerra de Azevedo, ex-integrante do Exército.
Abreu é acusado de participar ativamente do que os denunciadores entendem como planejamento de um golpe, enquanto Azevedo teria se envolvido no monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em um alegado ato de intimidação.
Azevedo é apontado como “kid-preto” — nome dado aos militares formados pelo Curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro. São profissionais treinados para atuar em situações hostis e missões sigilosas.
O inquérito já havia resultado no indiciamento de 37 pessoas há duas semanas. Além de Bolsonaro, foi incluído o ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente em sua chapa, general Braga Netto. Estes novos indiciamentos foram incluídos em um relatório complementar, que foi encaminhado ao STF pela PF.
O relatório será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá avaliar as evidências e decidir se apresentará denúncias formais ao STF contra os indiciados.