A Polícia Federal afirmou, na sexta-feira (6), que vai abrir um inquérito para investigar as recentes denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
Na quinta-feira (5), denúncias contra Almeida foram confirmadas pela ONG Me Too Brasil, que combate assédio sexual. As vítimas pediram anonimato e relataram os casos à organização.
A existência delas foi revelada inicialmente pelo portal Metrópoles, que informou uma das vítimas do assédio sexual ser outra ministra do governo Lula: Anielle Franco, da Igualdade Racial – irmã de Marielle Franco, vereadora assassinada em 2018. A Me Too não divulgou os nomes das outras supostas vítimas.
“A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual Me Too Brasil confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”, diz o comunicado da ONG.
Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, a investigação começará por iniciativa própria, já que ainda não há representação formal registrada. O início do inquérito tem previsão imediata, com a expectativa de que os depoimentos sejam colhidos na próxima semana.
A Comissão de Ética da Presidência da República também investigará o caso, afirmou o Palácio do Planalto em nota.
De acordo com o comunicado, Almeida foi chamado na noite desta quinta para “prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias, por conta das denúncias publicadas pela imprensa contra ele”.
“O governo federal reconhece a gravidade das denúncias. O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”, declarou o Planalto.
Ministro nega acusações
Silvio Almeida, que planejava concorrer a uma vaga ao Senado por São Paulo em 2026, nega as acusações. Ele publicou uma nota na qual repudia as denúncias e afirma que os assédios não aconteceram.
“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país”, disse o ministro.