Por Agência EFE
A companhia estatal de petróleo Petrobras, a maior empresa do Brasil, perdeu na segunda-feira 20.515 milhões de dólares em valor de mercado, sua maior queda desde 1986, em meio ao pânico global pela queda nos preços do petróleo e pela expansão do coronavírus.
A companhia liderou as perdas na bolsa de valores de São Paulo na segunda-feira, com suas ações ordinárias e preferenciais caindo 29,68% e 29,70%, respectivamente, de acordo com os últimos dados consolidados.
O pregão de São Paulo, que, antes da conclusão da primeira hora das negociações, suspendeu suas operações por trinta minutos após render mais de 10%, finalmente fechou com uma queda de 12,17%, a maior queda percentual do índice desde setembro de 1998.
As maiores perdas na sessão de segunda-feira foram sofridas pela Petrobras, cujo valor de mercado foi localizado após a alta de hoje em 45,555 milhões de dólares, segundo relatório divulgado pela consultoria Economatica.
Dessa forma, a companhia de petróleo perdeu quase um terço do seu valor de mercado em uma única sessão. Até agora este ano, a queda é de 55%.
A Petrobras, controlada pelo Estado, mas com ações negociadas nas bolsas de valores de São Paulo, Nova York e Madri, encerrou 2019 com um valor de mercado de US$ 101.029 milhões.
A segunda empresa que perdeu mais valor de mercado na segunda-feira na bolsa de valores de São Paulo foi a gigante brasileira de mineração Vale (-8,295 milhões de dólares).
No total, as 285 empresas presentes na bolsa de valores de São Paulo perderam apenas US$ 107.446 milhões em valor de mercado hoje, segundo a Economatica.
A crise internacional da saúde devido ao coronavírus foi acompanhada pela guerra sobre os preços do petróleo, depois que a aliança entre a OPEP, a Rússia e nove outros produtores de petróleo falhou na sexta-feira passada em Viena, ao não se comprometer com um novo corte do fornecimento conjunto de petróleo bruto.
O preço do petróleo intermediário do Texas (WTI) fechou segunda-feira com um colapso de 24,59%, para US $ 31,13 por barril, equivalente a níveis semelhantes a 1991, no meio da Guerra do Golfo.
Na mesma linha, o barril de petróleo Brent caiu hoje no mercado futuro de Londres para US$ 34,36, 24,13% a menos que na sessão anterior devido à guerra de preços que a Arábia Saudita começou.
O governo de Jair Bolsonaro, por sua vez, descartou tomar medidas emergenciais para lidar com esse colapso dos preços do petróleo no mercado internacional.
Da mesma forma, Bolsonaro, que atualmente está visitando Miami, alertou em suas redes sociais que o Executivo não faria nenhuma intervenção para impedir a queda acentuada dos preços dos combustíveis no Brasil.
“A Petrobras continuará mantendo sua política de preços sem interferência. A tendência é que os preços caiam nas refinarias”, afirmou o chefe de Estado.