Por Fernando Lopes, Epoch Times
As exportações da carne suína para o país Chinês seguem aumentando. O ritmo positivo registrado em 2018 se mantém e a receita tem crescido este ano. O motivo principal é a contaminação da carne suína devido à peste africana que gerou milhões de abates de porcos na China beneficiando as exportações do Brasil.
Vários pratos chineses são feitos com a carne de porco e a China é o maior consumidor de suínos do mundo. Devido ao fato da indústria da carne suína do país ter um consumo gigantesco e uma receita bilionária, a China tem sofrido um forte impacto com a contaminação dos porcos pela voraz peste suína africana. Uma doença altamente contagiosa causada por um vírus pertencente à família Asfarviridae, exclusivo de suínos domésticos, javalis e cruzamentos de ambos. A epidemia é ainda mais severa que a peste suína clássica (PSA) levando a grandes contaminações e rápidas perdas econômicas.
A contaminação se dá através do consumo da carne e pelo contato entre os animais. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na China já foram abatidos 2,6 milhões de suínos. Mas o número real pode ser muito maior.
A crise é grande e já é considerada a maior da história no país. O rebanho do país inteiro pode ter sido reduzido em 40%. Apenas uma fazenda modelo da China chegou a abater cerca de 20 mil porcos.
Com isso a demanda no país cresce exponencialmente beneficiando os exportadores brasileiros que estão cada vez mais qualificados para a exportação. O Brasil é considerado livre da doença e segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as concessões de locais do Brasil adequados à exportação do produto aumentaram e já existem 11 unidades habilitadas.
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Francisco Turra, presidente da ABPA, ressalta que: “As habilitações coroam o trabalho executado para as inspeções das unidades, com a inédita adoção da transmissão on line, coordenado pelo Ministério da Agricultura e pela ABPA, juntamente com as empresas do setor. A liderança da Ministra Tereza Cristina durante todo o processo, desde a missão realizada à China, até as incontáveis tratativas junto às autoridades sanitárias daquele país, foi determinante para as novas autorizações”.
As últimas informações da Alfândega chinesa na segunda-feira (23) mostram que as importações da carne suína aumentaram 40,4 % nos primeiros 8 meses desde ano no país. Segundo a ABPA, as importações a partir do Brasil neste ano já foram de 466,1 mil toneladas, um crescimento de 13,4 %.
A China é o principal destino das exportações de aves e de suínos do Brasil e a expectativa é que, com a manutenção do saldo positivo, somente as exportações da carne de porco atinjam 900 toneladas até o final do ano.