Embora esteja começando a se recobrar no ranking dos mais preparados em tecnologia de informação, o Brasil permanece sendo um dos piores países quanto à qualidade no ensino de ciência e matemática.
Em Genebra, nesta quarta-feira (6), o Fórum Econômico Mundial divulgou a classificação de 139 países quanto à qualidade no ensino de ciências e na educação geral. O Brasil está nas posições 133 e 131, respectivamente.
Quanto à capacitação do país para utilização das atuais tecnologias de comunicações, o Brasil passou da 84ª posição para a 72ª, de acordo com a pesquisa. Em 2013, o Brasil estava na 60ª posição, e em 2015, na 84ª. Medidas para diminuir o preço da banda larga puderam frear a tendência de queda e facilitaram o acesso da população aos celulares e internet. Ao redor do mundo, o Brasil atualmente é o 57º com melhor classificação quanto ao parâmetro de usuários. A elevação significativa, no prazo de um ano ano, foi de cinco posições.
Porém isso mostrou-se insuficiente para corrigir a visão do setor privado da falta de capacidade do governo em assumir tecnologias digitais como prioritárias. Nesse parâmetro, o Brasil consegue somente a 121ª posição.
De acordo com o relatório, Cingapura, Finlândia, Suécia, Noruega e os Estados Unidos “estão liderando o mundo quando se trata de gerar impacto econômico a partir de investimentos em tecnologias da Informação e Comunicações”. Na estrutura econômica desses países, há “um ambiente de apoio e incentivo, caracterizado por regulação sólida, infraestrutura de qualidade e mão de obra disponível”.
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Em relação aos Brics, a Rússia fica na 41ª posição. A China ocupa o 59º lugar e a África do Sul a 65ª colocação. A Índia, no entanto, perdeu duas posições, passando para 91ª.
“A economia digital é uma parte essencial da arquitetura da Quarta Revolução Industrial. Para a tecnologia digital continuar contribuindo para o impacto econômico e social, as sociedades precisam antecipar seus efeitos nos mercados e assegurar um acordo justo para trabalhadores dos ambientes de mercados digitalizados. Os novos modelos de governança serão a chave para isso”, declarou Richard Samans, chefe do Centro para a Agenda Global, integrante do conselho de administração do Fórum Econômico Mundial em Genebra.
Modernização
No padrão que determina o ambiente para inovação e negócios, o Brasil se encontra entre os piores do mundo, na 124ª posição, e abaixo de Gâmbia, Moçambique ou Suazilândia. Tiveram muito peso nessa classificação a carga tributária enfrentada pelas empresas, a burocracia na abertura de um empreendimento, a ausência de licitações públicas em tecnologia avançada e o sistema de ensino de forma geral.
O debilitado ambiente regulatório para as tecnologias de comunicação e a atuação do Estado estimulando o setor, da mesma forma, foram apontados como barreira.