Uma pesquisa divulgada na quinta-feira (18) apresentou dados sobre a opinião pública e os impactos econômicos da pirataria, revelando que a maioria dos brasileiros acreditam que a prática e o contrabando prejudica a economia do país. A pesquisa foi publicada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e conduzida pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI).
Segundo o relatório Pirataria e Contrabando, 72% dos brasileiros concordam que a compra, venda e uso de pirataria são negativos na economia do país. 56% concordam totalmente e 16% em parte. Além disso, 71% dos entrevistados acreditam que essas práticas prejudicam a indústria, enquanto 69% veem impactos negativos nos empregos. A faixa etária de 16 a 24 anos apresentou uma menor taxa de concordância, com 63% reconhecendo os efeitos prejudiciais da pirataria e do contrabando na economia.
Qualidade e segurança dos produtos
A percepção da qualidade e segurança dos produtos piratas e contrabandeados é negativa. 84% dos brasileiros discordam, total ou parcialmente, que esses produtos possuem a mesma qualidade dos originais, e 83% discordam quanto à segurança. A discordância é mais acentuada entre as faixas de renda mais alta, atingindo 94% entre aqueles com renda familiar acima de cinco salários mínimos.
Consumo de produtos piratas
A pesquisa também revelou que 57% dos brasileiros nunca compram produtos piratas, 20% raramente, 17% às vezes e 5% sempre adquirem esses produtos.
O consumo é mais comum entre os jovens de 16 a 24 anos, com 32% deles comprando produtos piratas sempre ou às vezes. Além disso, a escolaridade e a renda familiar influenciam o consumo: quanto maior a escolaridade e a renda, menor a proporção de consumidores regulares de produtos piratas.
Percepção moral e ética
Quando questionados sobre a moralidade e ética da compra de produtos piratas e contrabandeados, 64% dos brasileiros concordam que é errado compactuar com essas práticas, sendo que 50% concordam totalmente e 14% em parte.
A aceitação da compra desses produtos em certas situações é de 17%, enquanto 8% não veem problema algum em adquiri-los.
Capacidade de identificação de produtos piratas
Sobre a habilidade de identificar produtos piratas durante a compra, 32% dos entrevistados afirmaram que sempre conseguem, enquanto outros 32% disseram que nunca conseguem. A capacidade de identificação aumenta com a escolaridade e a renda familiar, sendo menor entre os mais velhos e aqueles com menor nível educacional.
Resultados regionais e demográficos
A pesquisa revelou variações regionais e demográficas nas percepções e comportamentos relacionados à pirataria e contrabando.
A região Norte/Centro-Oeste apresentou a menor taxa de concordância sobre os efeitos negativos na geração de empregos (60%), enquanto o Nordeste registrou a menor taxa de discordância sobre a qualidade e segurança dos produtos piratas (78%).