A Oi protocolou hoje (20) um pedido de recuperação judicial que abrange R$ 65,4 bilhões em dívidas. O montante é o maior pedido já protocolado no país – o recorde anterior era da OGX, do empresário Eike Batista, de R$ 11,2 bilhões, pedido em 2013.
Hoje pela manhã, a operadora de telefonia havia comunicado que fez um acordo com o BNDES para interromper o pagamento da dívida durante 180 dias no final de maio.
Da dívida inteira, aproximadamente 10 bilhões de reais eram com bancos de desenvolvimento, como o BNDES.
Havia a intenção de pedir outras opções para os credores para escapar de uma recuperação judicial e argumento idêntico estaria sendo dado nas negociações com outros bancos de fomento. A tentativa, porém, não funcionou e o pedido foi protocolado nesta tarde no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
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Urgência
No último dia 10, Bayard Gontijo, que até aquele momento era o presidente da companhia, demitiu-se do cargo. Ele havia assumido a função mediante o comprometimento de estancar o déficit bilionário da operadora, mas decidiu sair e foi substituído pelo diretor financeiro Marco Schroeder.
Schroeder ficou com os dois postos. Ele teria sido nomeado por ter uma ligação mais estreita com a Pharol, onde estão reunidos os sócios portugueses da antiga Portugal Telecom (PT), com quem a Oi se fundiu.
A Oi agora tem muita pressa com relação ao andamento do pedido de recuperação judicial. No dia 26 de julho, vencem 231 milhões em bônus da empresa, o que corresponde a quase R$ 1 bilhão.
A operadora teve também um prejuízo líquido de R$ 1,64 bilhão somente até março e uma dívida de aproximadamente R$ 41 bilhões, segundo o balanço do primeiro trimestre.
As incertezas quanto ao destino da companhia envolvem também qual posição a Anatel assumirá quanto ao caso já que, pelo regulamento do setor, esse tipo de pedido pode fazer com que a operadora perca a concessão, o que inviabilizaria o processo.